O deputado federal Eduardo da Fonte vem se mostrando um gigante no que diz respeito a articulação política. Vale ressaltar que não é de hoje. Ainda em 2005 quando estourou o escândalo do mensalinho que atingiu o então presidente da Câmara Severino Cavalcanti, Eduardo era assessor do deputado e com o processo de desgaste sofrido por Severino, se tornou o nome natural do PP pra disputar um mandato de deputado federal.
Não deu outra, foi pra disputa e alcançou 110 mil votos pra deputado federal. Seu mandato foi pautado na redução da conta de energia, mesmo não tendo ações efetivas para isso, vendeu seu peixe e em 2010 foi reeleito com 330 mil votos, sendo o segundo mais votado daquele pleito.
Detinha cargos no governo Eduardo Campos, mas como um aliado seu foi descoberto em escândalo de corrupção, optou por não indicar mais ninguém e ficar numa postura independente em relação ao governador.
Em fevereiro teve seu nome ventilado para disputar o Senado na chapa da Frente Popular. Chegou até a ganhar força pra isso, mas como a vaga era destinada a Jarbas ou a Fernando Bezerra Coelho, ele era apenas a terceira opção e acabou descartado.
Ele chegou a negociar com o governador um eventual apoio do PP a candidatura de Paulo Câmara, mas como a contrapartida solicitada foi algo complexo de ser cumprido, o governador o deixou livre pra seguir outro caminho.
Apenas quem nasceu ontem acha que a candidatura de Michelle Collins é pra valer. O que ele quer mesmo é garantias para viabilizar o fortalecimento do seu partido no estado. Como ele ganhou o comando da Chesf via governo federal, leia-se Dilma Rousseff, ele não criaria obstáculos para apoiar Armando Monteiro, devendo indicar Michelle para o posto de vice-governadora.
O que ele quer no fim das contas é mesmo apostando no projeto de Armando Monteiro para o governo e João Paulo para o Senado, que eles não saiam vitoriosos, e que Dilma Rousseff consiga a reeleição, obviamente com ele repetindo ou até ampliando sua votação para deputado federal.
Com esse contexto, Armando seria senador mas com uma derrota na conta, João Paulo ficaria sem mandato, Humberto que já está enfraquecido e Eduardo da Fonte se tornaria o maior interlocutor de Dilma Rousseff em Pernambuco a partir de 2015, se tornando um nome extremamente competitivo para ser o candidato ao governo de Pernambuco em 2018.
Inteligente esse garoto.