Muito tem se falado sobre a possibilidade de intervenção nacional na cúpula estadual do PDT no intuito de levar o partido para a base de sustentação da candidatura de Armando Monteiro a governador.
Primeiramente vamos aos fatos. O PDT foi um dos primeiros partidos a declarar apoio a Eduardo Campos, indicando inclusive o vice, na época filiado a legenda, João Lyra Neto. Naquele ano de 2006 Eduardo era um mero candidato com condições ínfimas de vitórias.
O resto da história todo mundo já sabe. Com a eleição de Eduardo o PDT passou a comandar a Assembleia Legislativa de Pernambuco através do todo poderoso Guilherme Uchoa, que age como um fiel escudeiro do governador Eduardo Campos.
Nas eleições de 2010, o PDT ampliou sua bancada graças a esta aliança, emplacando Guilherme Uchoa, Botafogo Filho e Pedro Serafim Neto para a Alepe. Na Câmara dos Deputados, o suplente Paulo Rubem virou titular graças a movimentações de cunho político do PSB e da Frente Popular.
Vamos aos números.
Hoje o PDT teria duas candidaturas a deputado federal. O primeiro é Wolney Queiroz que tem uma reeleição praticamente garantida. Já o segundo é Paulo Rubem, político decadente que está se amparando na força de terceiros para se manter no poder. Não existiria hoje um terceiro nome com chances de virar deputado federal.
Na chapa da Frente Popular o PDT emplacaria a reeleição de Wolney, o que aconteceria também na chapa que apoia Armando, mas teria boas chances de emplacar mais três deputados estaduais, o que na chapa de Armando não haveria garantias disso. Já Paulo Rubem não tem condições de se eleger em nenhuma das chapas.
Na eleição de 2010 ele obteve pouco mais de 40 mil votos, alcançando o mandato graças a força de Ana Arraes, Eduardo da Fonte e João Paulo, que juntos, tiveram quase um milhão de votos.
O que nos leva a crer que as chances de Paulo Rubem ampliar a votação são quase zero. Então o PDT em nada ganha apoiando Armando Monteiro, que deve eleger de 5 a 7 deputados federais com o último entrando com pelo menos 70 mil votos. Naturalmente Rubem estaria igualmente de fora.
Como é que o PDT conseguiria eleger três deputados federais junto com Armando Monteiro se a coligação dele elege no máximo sete? Com vagas garantidas para Eduardo da Fonte, João da Costa, Jorge Corte Real e Silvio Costa, sobrariam de uma a três vagas para um bocado de nomes consolidados que têm mais votos que Paulo Rubem e qualquer outro nome que o PDT venha a apresentar.
Carlos Lupi de besta não tem nada. Ele não vai deixar de ter uma seccional robusta em Pernambuco para adentrar numa aventura que pode custar a sobrevivência do partido no estado.
Quanto a Armando Monteiro, a única coisa que viria a ganhar com isso era o tempo de televisão, porque quem tem voto mesmo dentro do PDT, leia-se Wolney e Guilherme, já está com Paulo Câmara.