O prefeito Elias Gomes (PSDB) quis a todo custo no primeiro mandato se tornar uma unanimidade em Jaboatão dos Guararapes. Atrelando-se ao governador Eduardo Campos (PSB) e, pasmem, ao ex-presidente Lula (PT) e a atual presidente Dilma.
Elias queria mostrar para os eleitores de Jaboatão dos Guararapes que era um aliado do governador e da presidente quando na verdade pertence a um partido de oposição.
Chamou políticos e quadros técnicos de vários partidos, levou para o seu governo a petista Karla Menezes, ex-secretária da gestão de João Paulo, bem como o PCdoB da deputada Luciana Santos, o PDT do deputado Paulo Rubem e por aí vai.
Queria se transformar numa unanimidade que nunca existiu.
Sob o ponto de vista da gestão, é questionável se ela é boa ou ruim. Afinal, o parâmetro de comparação, Newton Carneiro e Fernando Rodovalho por exemplo, é muito fraco.
Sob o ponto de vista da oposição jaboatonense, vejo as candidaturas do vereador Robson Leite (PT), do deputado Cleiton Collins (PSC), do deputado João Fernando (PSB) e de Luiz Carlos Matos (PTB) como legítimas.
Porém, é bem verdade que pulverizar as candidaturas enfraquece o discurso da oposição e só contribui para que o prefeito voe em céu de brigadeiro.
As obras que chegaram a Jaboatão dos Guararapes, em sua maioria, têm a rubrica do governo do estado e do governo federal, leia-se Eduardo Campos e Dilma Rousseff. O papel do prefeito foi importante, mas dependeu dos repasses estaduais e federais. O que significa que o discurso da oposição em Jaboatão pode ser fortalecido, desde que a estratégia seja bem feita e organizada.
Os indicadores sociais e econômicos de Jaboatão melhoraram em relação ao que se tinha? Se melhoraram, qual a comparação com outras cidades com a mesma quantidade de recursos? São questionamentos a serem feitos pela oposição.
Colocar o município no mesmo rol de crescimento do estado de Pernambuco e do Brasil também contribui para o discurso da oposição. Haja vista que o prefeito Elias Gomes é adversário de Eduardo Campos e Dilma Rousseff.
Também deve-se cobrar do PR, PSC, PV, PRB, PCdoB e PDT o apoio ao projeto da oposição, vislumbrando o alinhamento desses partidos ao projeto do governador Eduardo Campos. E isso é uma responsabilidade dos diretórios estaduais desses partidos que devem intervir no município.
Optar por duas candidaturas é a melhor alternativa, e entendo que a candidatura de João Fernando Coutinho por ser do PSB e ligadíssimo ao governador Eduardo Campos é uma delas. A outra é a do deputado Cleiton Collins do PSC pelas expressivas votações obtidas no município.
Com essas duas candidaturas, bem como a do candidato do PSOL e a de algum outro que venha a surgir, as chances de haver segundo turno aumentam consideravelmente.
No segundo turno, todos disputariam contra Elias. E dificilmente o prefeito obteria êxito. Sobretudo se o governador Eduardo Campos se envolver diretamente na eleição jaboatonense.
As chances são boas, desde que a estratégia seja bem feita e a campanha seja organizada. Vale lembrar que Elias Gomes não pode ser mais o mesmo vendedor de ilusões de 2008. A gestão pode, deve e tem que ser questionada.