Muita gente tem questionado a movimentação do governador Eduardo Campos como pré-candidato a presidente da República na disputa do ano que vem pelo fato do mesmo apontar críticas à condução do país por parte do governo da presidenta Dilma e mesmo assim o PSB continuar no governo em vez de entregar os cargos.
O PSB possui hoje quatro senadores da República, 26 deputados federais, seis governadores e cinco prefeitos de capitais, comanda o ministério da Integração Nacional e a secretaria dos Portos, além da presidência da Chesf.
A secretaria dos Portos é comandada por Leônidas Cristino, engenheiro de formação, ex-prefeito de Sobral e ligado aos irmãos Cid e Ciro Gomes, desafetos de Eduardo Campos, setor que Dilma Rousseff se movimentou para retirar a autonomia de Suape, o porto mais eficiente do país, no intuito de atingir o governador pernambucano.
A Chesf é presidida por João Bosco de Almeida, liderado político de Eduardo Campos, mas no governo Dilma perdeu autonomia para a Eletrobrás, mesmo sendo uma das hidrelétricas mais eficientes e rentáveis do país.
Por fim, o ministério da Integração Nacional, que é gerido por Fernando Bezerra Coelho, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco no primeiro mandato do governo Eduardo Campos.
Na prática Eduardo Campos já está fora do governo porque dos dois órgãos que ele em tese teria alguma influência política, apenas a Chesf é de alguém extremamente ligado a ele e segue suas orientações, porque a Integração Nacional com Fernando Bezerra Coelho segue a risca a intervenção de Dilma Rousseff, já a Secretaria dos Portos nunca foi da quota de Eduardo Campos, apesar de ser do PSB.
Com os ataques sistemáticos recebidos pelos irmãos Gomes, a perda de autonomia da Chesf, a tentativa de retirada do comando de Suape das mãos de Pernambuco e a cada vez mais clara ida de Fernando Bezerra Coelho para o PT, Eduardo Campos efetivamente está fora do governo, a sua liderança política como governador de Pernambuco e como presidente nacional do PSB foi atingida pelas movimentações do governo.
O desembarque formal do PSB ou de Eduardo Campos do governo Dilma Rousseff é questão de tempo, mas na prática isso já existe, onde a única saída será a de João Bosco de Almeida da Chesf.
O que deixa clara a movimentação do socialista em torno da sua candidatura. Não há mais aliança, não há mais convergências, o que há agora é a construção ininterrupta de uma candidatura socialista e consequentemente a formação de um discurso convincente que possa se contrapor ao projeto do PT.