Nos últimos dias Pernambuco viveu dois casos parecidos que justificam a necessidade de prudência no trato com as questões que envolvem a política. O primeiro caso refere-se ao agora ex-secretário de Defesa Social Wilson Damázio, que teria dado uma declaração ao Jornal do Commercio, referindo-se as mulheres com termos pejorativos.
O que o agora ex-secretário falou é muito comum de ocorrer. De fato algumas mulheres que não se dão ao respeito têm algum fetiche com policiais, sejam eles civis, militares, federais, etc. Porém, o que não pode acontecer é o representante da segurança pública do estado externar esse pensamento ao seu bel-prazer. Ele era parte integrante de um governo, cuja pasta aparecia com avanços obtidos claramente, mas por uma declaração infeliz acabou saindo do primeiro escalão de Eduardo Campos. Isso mostra que nos dias de hoje é fundamental ter cuidado com o que é dito, sobretudo para alguém na posição dele.
O outro caso que trouxe perplexidade foi a prisão de dez vereadores de Caruaru por suspeitas de corrupção e extorsão. Isso só ocorreu porque os vereadores falaram aos quatro ventos que queriam compensações financeiras para votar projetos do interesse do executivo e consequentemente da população caruaruense.
Não entraremos no mérito de quem corrompe e quem é corrompido, apenas que tais palavras não podem ser ditas nem de público nem privado, qualquer gravador pode comprometer quem quer que seja. Além do mais é abominável que um legislador cobre compensações financeiras do executivo, se ele já recebe do erário o duodécimo para manter o poder em funcionamento e consequentemente viabilizar uma vida financeira bem saudável para um vereador.
Os dois casos mostram a necessidade do cuidado não só com trato com a coisa pública como também com o que pode ser dito e que possa lhe comprometer. Todo cuidado é pouco.