Por Arthur Virgílio*
Lisboa – Em 13 meses de governo, a Presidente Dilma Rousseff se viu forçada a demitir sete Ministros, que a imprensa solidamente acusava de corrupção. E perdeu Nelson Jobim, da Defesa, que discordou abertamente da orientação do governo.
Como se fosse pouco, tem feito o impossível para segurar dois outros, que viraram fantasmas: Fernando Bezerra, da Integração, para não se chocar com Eduardo Campos, governador de Pernambuco, e Fernando Pimentel, do Desenvolvimento, pela amizade que nutre por ele. Ou seja, não demite um porque teme enfrentar um governador poderoso e não demite outro, porque o considera uma espécie de “afilhado”.
Como se fosse tudo, dos 28 Ministros restantes, se a Presidente quisesse fazer justiça ao mérito, demitiria certamente mais da metade: inoperantes, invisíveis, inexpressivos, desconhecidos. Indago: será que algum brasileiro, incluindo a própria Dilma, sabe dizer, num fôlego só, sem gaguejar, os nomes de toda essa gente? Duvido muito!
Como se ainda não bastasse, a Presidente demite a Ministra das mulheres, cujo nome sinceramente desconheço, e indica, em substituição, a professora Eleonora Menicucci, sua antiga companheira de prisão. A referida senhora, em sua primeira entrevista, afirmou ser favorável à descriminalização do aborto que, hoje, somente é permitido, por lei, em caso de estupro ou de risco de vida para a mãe.
Advertida pela “chefe”, Eleonora, primária e escapista, declarou então que falara em nome próprio e que, como Ministra, seguiria a orientação do governo. Que orientação é essa, a própria Dilma não explicita, porque sabe que a clareza lhe tiraria votos em 2014.
Na campanha de 2010, fez terrível ginástica para fugir do tema e agora aparece sua fraternal Eleonora, embaraçando-a com afirmações desse tipo! Claro que com o tempo, a nova Ministra haverá de aprender que, nesse governo, nada é feito a sério: a “faxina” de Dilma é falsa; sua capacidade gerencial é peça criada pelo marqueteiro João Santana e, portanto, diante de um tema como o aborto, a posição oficial é “nem sim nem não, muito pelo contrario”.
O perfil de Dilma está claro para quem tem olhos de ver. Ao invés de “durona” e “resoluta”, é indecisa e virou refém dos partidos fisiológicos que a apoiam, a começar pelo PT. Longe de ser intolerante com os “malfeitos” (ela teme dizer a palavra corrupção), mantém, por meros laços de amizade pessoal, o “consultor” Fernando Pimentel; se fosse coerente, traria Antonio Palocci de volta para o governo, porque o delito de um é igualzinho ao do outro. Distante de ser lúcida administradora, revela sentimentalismos descabidos, entregando um Ministério a uma companheira de juventude que, ao abrir a boca, criou um problema para seu governo.
Na eleição passada, o povo comprou “ouro de tolo”.
*Diplomata, foi líder do PSDB no Senado e colabora frequentemente com o blog de Edmar Lyra.
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Em 2003, o presidente Lula a nomeou ministra do Meio Ambiente e neste cargo tambÃ
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