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“Concedo a recuperação judicial das empresas que compõem o Grupo João Santos”. Com essa frase ao final das 12 páginas da homologação emitida pelo juízo da 15ª Vara Cível do Recife na última sexta-feira, 7 de fevereiro, a Justiça de Pernambuco declarou que o conglomerado empresarial que já foi o maior do Norte-Nordeste está oficialmente recuperado.
E, para reafirmar o compromisso da gestão do Grupo com essa nova etapa em sua história, nesta segunda-feira, primeiro dia útil após a decisão do juiz, a empresa já processou os pagamentos para quase dois mil credores que haviam informado seus dados bancários via chave PIX, além de cadastrar a parcela de pagamento daqueles que informaram dados bancários via TED.
O Grupo João Santos tem dois anos para pagar suas dívidas trabalhistas e com fornecedores. Esse foi o prazo solicitado pelo grupo e aceito pela Justiça.
Venda de ativos
Oficialmente recuperado, agora o Grupo prepara-se para negociar ativos imobiliários considerados não estratégicos para a sua principal atividade, a indústria do cimento, devendo arrecadar, inicialmente, aproximadamente R$ 920 milhões.
A maior parte dos imóveis vendidos pertencem ao patrimônio da Companhia Agroindustrial de Goiana (CAIG), razão social da Usina Santa Tereza, localizados em uma região bastante valorizada na Zona da Mata Norte de Pernambuco e considerada estratégica para o setor sucroalcooleiro do estado. Os imóveis estão a poucos quilômetros de um complexo industrial onde se encontram uma fábrica da Fiat, de indústrias cervejeiras como a Heineken e Itaipava, e da planta da Hemobras.
A mesma região também será diretamente beneficiada pela construção do Arco Metropolitano, o anel rodoviário que promete desafogar o trecho da BR-101 que atravessa o Recife, facilitando uma conexão rápida com o porto de Suape.
90% dos credores irá receber 100% do valor devido
O montante obtido com a alienação dos imóveis terá como destino o pagamento de 100% dos créditos trabalhistas devidos a 20.592 funcionários e ex-funcionários, ou seja, 89,8% dos credores trabalhistas das empresas do Grupo.
Em declaração conjunta aos funcionários do Grupo, os copresidentes Guilherme Rocha e Nivaldo Braynerafirmaram que a homologação “simboliza não apenas o recomeço de uma trajetória, mas também o resgate da credibilidade e da missão que sempre nortearam nossa organização ao longo de seus mais de 70 anos (…) é o resultado de um trabalho árduo, realizado com transparência, ética e dedicação, e que contou com o apoio e a confiança de todos que fazem o Grupo João Santos”.
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