A direção do Partido Verde em Pernambuco está incomodada com o crescimento da candidatura de Daniel Coelho a prefeito do Recife, porque ele é a síntese da ruptura entre as velhas práticas que se fizeram e se fazem presentes na política pernambucana dos últimos cinquenta anos.
Para quem não sabe, Daniel Coelho foi eleito deputado estadual com excelente votação no Recife, sendo o segundo mais votado da capital pernambucana em 2010.
Assumindo o mandato, foi escolhido pela maioria da bancada da oposição na Assembleia Legislativa para liderar a mesma no governo Eduardo Campos. Ciente das dificuldades que teria com um brilhante líder da oposição, o governador levou para o seu governo o Partido Verde, oferecendo a secretaria de Meio Ambiente ao ex-candidato a governador Sérgio Xavier. Vale salientar que no regimento interno da Assembleia, o líder do partido é aquele que for eleito, como Daniel foi o único eleito, seria naturalmente o líder e a prerrogativa de dizer se é oposição ou governo é do parlamentar que ocupa o posto. Como foi mudado o regimento para benefício governista, onde o partido que ditaria as regras, acabou que Daniel não pôde mais ser o líder oposicionista e o PSDB indicou o também excelente deputado Antônio Moraes para o posto.
Se o PV era governista, por qual motivo lançou candidatura, se depois da eleição viraria aliado de Eduardo Campos? Não seria mais coerente com os pernambucanos se juntar ao projeto do socialista antes da eleição?
Daniel Coelho não mudou, mas o PV sim. Está bem claro para todos os pernambucanos, recifenses e brasileiros. Vale ressaltar que Marina Silva, ex-ministra do Meio Ambiente e ex-candidata a presidente da República pelo partido não integra mais os quadros da agremiação por conta do partido ser praticante das velhas políticas de toma lá dá cá a nível nacional e também local.
Pergunto aos integrantes do Partido Verde onde é que há uma única cláusula obrigando qualquer candidato a utilizar determinada cor ou até mesmo proibindo-o? Não há.
Já vimos integrante do PT utilizar roxo, integrante do PMDB utilizar azul e por aí vai. Não é a primeira e nem será a última eleição que um candidato não utiliza as cores tradicionais do partido.
O Partido Verde simplesmente amarelou, amarelou de vergonha e de medo de fazer diferente na política pernambucana.
A candidatura de Daniel Coelho é a única que representa a ruptura com essa velha política a qual o PV faz parte e isso está incomodando os pseudo proprietários do verde.
O Recife não tem dono, o Recife é da Maria, é do João, é do povo da cidade. Assim como o verde não tem dono, é de Daniel, é de José, é de Luiz, porque o verde não está na cor de um partido e sim nas práticas ambientais de quem defende uma nova política.
Daniel incomoda os donos do poder, e a cada dia vai incomodar muito mais.
Se o Partido Verde tem dono é problema dele. Mas o verde e a vontade do povo não são de propriedade de ninguém.
O nosso grito é de força!
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