A história política deste personagem começa na década de 80 com o seu pai, João Ramos Coelho. Eleito vereador em 1982, João Coelho foi candidato do PDT nas eleições de 1985, que foi polarizada entre Jarbas Vasconcelos e Sérgio Murilo. João não conseguiu quebrar a polarização mas tornou-se a grande sensação daquela eleição. No ano seguinte ele tentou o mandato de deputado estadual e foi o parlamentar mais votado das eleições daquele ano.
Investido na condição de deputado estadual, João Coelho tentou novamente a prefeitura do Recife em 1988, mas foi novamente derrotado, desta vez para Joaquim Francisco, o vitorioso, e Marcus Cunha, o segundo colocado. Nas eleições de 1994, já no PMDB, João Coelho tentou o Senado, sendo novamente derrotado. Até que em 1996 quando tentou, sem sucesso, o mandato de vereador do Recife, João Coelho decidiu abandonar a vida pública.
Passados oito anos, Daniel Coelho, que havia estudado na Inglaterra até a véspera do ano eleitoral, decidiu ser candidato pelo PV. Uma bela campanha fez com que o filho de João devolvesse a família a cadeira na Casa José Mariano, deixada com a ida do genitor para a Alepe. Investido no mandato de vereador, Daniel fez um mandato impecável, sendo um ferrenho opositor do então prefeito João Paulo.
Na reeleição, Daniel amplia sua votação e ganha ainda mais notoriedade. Tanto que sentiu que era chegada a hora de mudança de ares e foi para a disputa pela Assembleia Legislativa de Pernambuco. Novamente uma grande votação e a chegada à Casa Joaquim Nabuco. Quis ser o líder da oposição ao governador Eduardo Campos, mas o seu partido, o PV, lhe negou o posto, e este foi o início da sua saída do partido para uma nova sigla, o PSDB.
Já ambientado no ninho tucano, Daniel Coelho foi oficializado como candidato do PSDB a prefeito do Recife sob as bençãos de Sergio Guerra. Na disputa, superando todas as expectativas, ficou em segundo lugar com 245.120 votos contra Geraldo Julio, eleito no primeiro turno. Daniel deixou uma sensação positiva ao eleitorado recifense, e ficou a expectativa de que em uma próxima ocasião ele pudesse ascender ao mandato. Nas eleições de 2014, mesmo sendo oposição a Eduardo Campos, Geraldo Julio e Paulo Câmara, Daniel Coelho não deu um pio sobre a aliança do seu partido com o PSB. Também pudera, sem uma coligação competitiva, talvez Daniel não conseguisse ascender à Câmara dos Deputados. Então Daniel elegeu-se pela Frente Popular como o sexto deputado federal mais votado daquele pleito. O seu silêncio sobre o PSB não se restringiu a 2014 quando lhe foi conveniente, na cidade de Paulista, por exemplo, Daniel mantém uma relação política com o prefeito Júnior Matuto em troca de cargos para aliados, na pura e simples velha política que ele tanto diz criticar. O PSB de Pernambuco e do Recife, na ótica do surfista esverdeado, são diferentes do PSB de Paulista. Claro, a diferença é que em Paulista ele participa do bolo do poder.
Mesmo abandonando o PV, e entrando no ninho tucano, Daniel não quis abdicar do verde. Todas as suas campanhas foram amparadas na cor verde, para dar um tom clean ao seu projeto de poder. Veio a eleição de 2016 e havia um sentimento de que o PSDB poderia tirá-lo do jogo para formalizar uma aliança com o PSB na reeleição de Geraldo Julio. Comandante do partido, Bruno Araújo investido na condição de ministro das Cidades, bancou sua candidatura a prefeito, perdendo espaços na gestão socialista em prol de uma unidade partidária. Foi um gesto e tanto de Bruno, que nunca seria reconhecido por Daniel.
Daniel foi para a eleição, não atraiu muitos partidos, mesmo tendo um resultado extraordinário quatro anos antes, por uma séria dificuldade de conquistar aliados. Durante o processo eleitoral perdeu a condição de antagonista de Geraldo Julio, dada a João Paulo, que ficou em segundo lugar. Sem a aura de novidade, o surfista esverdeado perdeu capital político e eleitoral e ficou em terceiro lugar, repetindo a história do seu genitor, que encantou o eleitorado recifense na primeira disputa, e perdeu fôlego na segunda.
Chega 2018 e mais uma mudança de partido de Daniel. Antes tentou encampar um projeto chamado Livres que mudaria o nome do PSL e ele apostava em ter o comando do partido em Pernambuco. A chegada de Jair Bolsonaro ao partido pelas mãos de Luciano Bivar inviabilizou o projeto de Daniel, que teve que procurar outro abrigo por não ter mais nenhum clima de continuar no PSDB depois de espinafrar Bruno Araújo em uma reunião porque queria a chave do cofre do PSDB de Pernambuco e teve seu desejo negado.
Nosso surfista acabou optando pelo nanico PPS e foi para a reeleição de deputado federal. Com a abertura das urnas, mais uma frustração. Caiu dos quase 140 mil votos em 2018 para menos de 100 mil. Sua votação no Recife teve uma queda abrupta que o deixou numa condição de fragilidade eleitoral. A sanha de Daniel de querer parecer diferente sem ser incentivou o PPS a trocar de nome, agora o nanico que era pós-comunista virou Cidadania.
É chegada a hora de uma nova eleição municipal, Daniel do nanico Cidadania quer o apoio de outros partidos para o seu projeto, porque sabe que com a sua legenda não vai a lugar nenhum. Mas a sua forma de criar arestas junto aos seus correligionários dificulta muito um entendimento da oposição em torno do seu nome. O surfista esverdeado chega em 2020 numa condição de vida ou morte. Sabe que se disputar e vencer a eleição dá uma guinada na sua vida pública, mas se for novamente derrotado, terá sérias dificuldades de reeleição em 2022, podendo ter que abandonar a sua precoce carreira política.
Frankie Staiano diz
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