O PSDB é um dos partidos políticos brasileiros com uma das maiores ascensões meteóricas da história, onde depois de ser fundado em 1988 conquistou a presidência da República com Fernando Henrique Cardoso logo em 1994, seis anos após sua fundação.
Com a reeleição de FHC, os avanços obtidos na economia, na gestão governamental e nos programas sociais, parecia que os tucanos iriam comandar o país por muitos e muitos anos, mas com a derrota de José Serra em 2002 para Lula, o partido perdeu a capacidade de aglutinação e articulação que fez com que o partido chegasse a presidência em 1994. Mas a incapacidade de fazer oposição prejudicou a legenda.
Mesmo obtendo vitórias importantes em Goiás, em São Paulo, em Minas Gerais, em Alagoas, no Paraná, no Pará, em Roraima e no Tocantins em 2010, o PSDB não conseguiu manter a hegemonia em algumas capitais como Curitiba, Goiânia, Maceió, dentre outras cidades nas eleições de 2012.
No Recife obteve uma surpresa com o crescimento de Daniel Coelho que acabou em segundo lugar na disputa desbancando o PT, mas na principal cidade do país o PSDB tende a perder para o PT que é São Paulo com seu ex-candidato a presidente José Serra na disputa com Fernando Haddad.
O PSDB tem uma pré-candidatura colocada que é a do senador Aécio Neves, ex-governador de Minas Gerais, mas a sua candidatura sequer aglutina o seu partido, onde existem dissidências principalmente em São Paulo com o senador Aloysio Nunes e o governador Geraldo Alckmin. Os partidos aliados PPS e DEM saíram enfraquecidos do processo eleitoral, e ameaçam pular do barco tucano.
Para 2014 existem três cenários: A candidatura de Dilma Rousseff com o apoio do governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) contra o senador Aécio Neves (PSDB); A candidatura de Dilma Rousseff (PT), a candidatura de Eduardo Campos (PSB) e a candidatura de Aécio Neves (PSDB); Por fim a candidatura de Dilma Rousseff (PT) e a candidatura de Eduardo Campos (PSB) com o apoio formal do PSDB.
No primeiro cenário o PSDB deve contar com o DEM e o PPS, porque esses partidos não comungam com os ideários do PT, mas dificilmente o partido ultrapassará a barreira dos 30% dos votos que tem em várias eleições, onde nesta conjuntura Dilma Rousseff é favoritíssima e tende a ser reeleita no primeiro turno.
No segundo cenário o PSDB corre sérios riscos de sair isolado para a disputa presidencial, porque Eduardo Campos pode contar com os hoje aliados do PSDB: DEM e PPS visando uma perspectiva real de mudança. Nesta hipótese existe uma possibilidade de segundo turno entre Dilma Rousseff x Eduardo Campos, onde o PSDB naturalmente se posicionaria a favor do socialista, mas no segundo turno o protagonismo do partido seria mínimo nesta coalizão.
Por fim teremos o terceiro cenário, mais plausível para o partido, mais realista e com amplas chances de obter êxito. O PSDB abdicaria do projeto solo e se integraria ao projeto de Eduardo Campos para presidente. Os tucanos poderiam indicar o vice, a considerar a sua força onde governa oito estados e ainda possui uma bancada representativa no Senado e na Câmara Federal.
O PSDB faria hoje o que o PFL fez em 1994 quando optou pela candidatura de Fernando Henrique Cardoso, o PSDB possui excelentes quadros para indicar para o posto de vice de Eduardo Campos. Dentre eles o senador Aécio Neves, o governador Geraldo Alckmin, o senador Aloysio Nunes e muitos outros políticos de peso nacional.
É preferível ser co-participante de um projeto vitorioso do que ser protagonista de uma oposição falida que não consegue se aglutinar para vencer a eleição, muito menos reverberar suas ideias perante a sociedade.
É preciso se reinventar e a concessão é a melhor alternativa para continuar sobrevivendo.
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