Em que pese as articulações do grupo oposicionista visando as eleições municipais do Recife em 2020, segundo atores da oposição, não há nenhum obstáculo em apoiar algum nome que esteja na base do governo, vide André de Paula ou até mesmo Raul Henry.
O próprio Daniel Coelho, que já disputou duas vezes a prefeitura do Recife, tem falado aos aliados que não tem nenhum problema em abrir mão do seu projeto majoritário se houver a busca pela unidade em prol de um nome que agregue mais do que o projeto dele.
Quem atrapalha as negociações na verdade é Mendonça Filho, que demonstra querer ser candidato de todo jeito e a todo custo, dificultando qualquer entendimento com setores governistas que podem romper em prol de um projeto oposicionista, vide André de Paula, por exemplo.
Segundo interlocutores do ex-ministro da Educação, ele afirma que é inadmissível alguém chegar agora na oposição e já querer sentar na janela, como André de Paula, que ainda está na base governista, e Alberto Feitosa e Patrícia Domingos, que se colocam como opção sem ter prestado qualquer serviço à oposição.
A pré-candidatura de Mendonça Filho é legítima, pois ele foi um excelente ministro da Educação e desempenhou um bom papel quando governador, tendo experiência administrativa comprovada, mas nem sempre o mais preparado é o que reúne as melhores condições de disputa. É preciso pensar no macro da oposição que é a chegada de novos quadros para apresentar uma alternativa consistente na capital pernambucana.
De acordo com um integrante oposicionista, a sinalização pública de Mendonça Filho em prol da unidade oposicionista, considerando a hipótese de não ser candidato, poderá ajudar a compreender um projeto competitivo na capital. E lá na frente, na hora das definições, o próprio nome de Mendonça poderia ser considerado, mas o principal neste momento é montar uma ampla frente política que contraponha o poderio socialista na capital pernambucana.
Atrair quadros governistas neste momento será de fundamental importância para evitar que a oposição já entre no jogo eleitoral com uma derrota encaminhada. E isso só será possível se não houver vetos nem preconceitos a nomes que agreguem mais ao projeto.
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