No final de 2011, na confraternização do senador Armando Monteiro com os jornalistas, consegui tirar do mesmo a declaração que não apoiaria João da Costa.
A declaração do senador caiu com uma bomba na política pernambucana. Pra quem pensava que era um mero blefe, o senador continuou discutindo com lideranças da Frente Popular para construir uma candidatura alternativa.
A ideia inicial do senador era certamente a de colocar o ministro Fernando Bezerra Coelho como candidato alternativo e consequentemente tirá-lo da disputa de 2014, onde o objetivo seria disputar com o senador Humberto Costa a indicação para ser o candidato de Eduardo Campos.
Os planos de Armando Monteiro foram sabotados porque o PSB não abre mão de indicar o candidato a sucessão do governador. Portanto, a tese de a capital ficar com o PSB, o país com o PT e o estado com o PTB em 2014 caiu por terra.
Ciente de que seria rifado e diante de condições adversas para bater de frente com o governador Eduardo Campos, o senador Armando Monteiro adotou uma estratégia diferente.
Armando está se colocando como candidato a prefeito do Recife no intuito de assumir o executivo da capital pernambucana, considerando que a prefeitura é uma vitrine muito maior que o Senado. Não para 2014, que provavelmente o senador abdicará disputando a prefeitura, mas para 2018, quando terá musculatura própria para viabilizar um voo estadual independente de terceiros.
Porém, é muito difícil que o PT queira abrir mão da candidatura de João da Costa ou até mesmo da de Maurício Rands que volta a ser ventilada. Até porque o PT sabe que justificar a não-candidatura de João da Costa será pior que mantê-lo na disputa.
No que diz respeito ao processo eleitoral, dadas as circunstâncias que estão se desenhando, a candidatura de Armando Monteiro a prefeito do Recife é o grande fato novo da sucessão municipal, onde haverá um rearranjo de forças muito grande, possivelmente dentro da oposição, que mesmo contra João da Costa tinha suas chances reduzidas, contra Armando Monteiro estas chances passam a inexistir.
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