Nascido em 2 de novembro de 1920 em Petrolina, Nilo de Souza Coelho foi um dos treze filhos do casal Clementino de Souza Coelho e Josefa Maria de Souza Coelho. Seu Quelê, como era conhecido, tornou-se um dos principais empresários do sertão do São Francisco.
Ainda jovem, Nilo foi estudar medicina em Salvador na Universidade Federal da Bahia, e aos 27 anos foi candidato a deputado estadual em Pernambuco com o apoio da família que já detinha grande influência no sertão do São Francisco. No exercício do mandato na Assembleia Legislativa de Pernambuco, Nilo chegou a ser primeiro-secretário da Casa Joaquim Nabuco.
Em 1950, elegeu-se deputado federal pela primeira vez, exercendo o cargo até 1967, neste ínterim foi secretário da Fazenda de Pernambuco entre 1951 e 1952, depois foi nomeado governador de Pernambuco pelo presidente Castelo Branco. Como governador, foi responsável por eletrificar mais de 200 distritos na Zona da Mata, Agreste e Sertão, também criou o Lafepe, a Fundação de Desenvolvimento Municipal de Pernambuco, que foi responsável pela construção de estradas e a integração dos municípios pernambucanos. Pelo fato de construir muitas estradas, Nilo foi apelidado de governador estradeiro.
As ações de Nilo não param por aí, ele também foi responsável pela criação do DETRAN de Pernambuco, do Ipem, da Cepe, da UPE e do Projeto Massangano, considerado o maior projeto de irrigação do país, com mais de 20 mil hectares, beneficiando milhares de pessoas com a cultura de banana, acerola, uva, coco, dentre outros e ainda concluiu a barragem das Tabocas.
Ao deixar o governo de Pernambuco em 1971, Nilo decidiu dedicar-se aos negócios da família, porém a paixão pela política o fez voltar para disputar o Senado em 1978. O mecanismo da sublegenda, uma vez que ele disputou pela Arena I e Cid Sampaio pela Arena II, fez com que ele derrotasse Jarbas Vasconcelos, que tinha sido o mais votado do pleito, haja vista a soma dos dois candidatos arenistas ter suplantado a votação de Jarbas.
Nilo tomou posse no Senado em fevereiro de 1979 tornando-se vice-presidente da Casa, depois em 1981 virou líder do governo e em 1982 foi eleito presidente por unanimidade. Na época da disputar o Palácio do Planalto começava a pensar em nomes para o cargo, mas foi surpreendido com a força conquistada pela articulação de Nilo, que seria eleito para o cargo de presidente do Senado e também do Congresso Nacional.
Na turbulenta sessão de 21 de setembro de 1983, na condição de presidente do Senado Federal, Nilo proferiu um discurso que ficaria na história. Já na madrugada de 22 de setembro, suscitado por uma questão de ordem do líder do PDS, senador Aloísio Chaves, após suspender por trinta minutos a sessão, subiu à tribuna e disse a célebre frase: “Não sou presidente do congresso do PDS, sou presidente do Congresso do Brasil.”, demonstrando seu caráter altivo e defendendo o parlamento brasileiro.
Em 9 de novembro, poucos dias depois de completar 63 anos de idade, Nilo Coelho viria a óbito vítima de um infarto, mas antes proferiu mais uma forte declaração: “Não me arrependo do que fiz. Só me arrependo do que não fiz”. A partida de Nilo Coelho, ainda jovem, lhe colocou na história como um dos grandes homens públicos brasileiros, um indutor do desenvolvimento, defensor incansável da política e do entendimento, brilhante orador, grande articulador e extraordinário gestor público.
Nilo Coelho, assim como o seu xará, que é considerado o maior rio do mundo, foi gigante em toda a sua existência, deixando para sua amada Petrolina, para Pernambuco e para o Brasil, o legado de um dos mais brilhantes homens públicos que o nosso estado e o nosso país já conheceram.
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