SÃO PAULO – A direção do Grupo Latam apresentou hoje (17.09) à tarde o estudo da empresa de consultoria britânica Oxford Economics sobre o impacto da instalação do hub da companhia no Nordeste. A apresentação foi feita para grupos de representantes governamentais dos três Estados que disputam o projeto: Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte.
Na avaliação do governador Paulo Câmara, o encontro foi positivo. “Foram apresentadas, por meio de números, as potencialidades do Recife em receber o hub do Grupo Latam”. De acordo com Paulo, o encontro também serviu para o Governo de Pernambuco ratificar a sua disposição em fazer as parcerias necessárias para a atender “os requisitos de infraestrutura e também custos exigidos pela empreendimento”.
De Pernambuco, além dos governador Paulo Câmara, participaram o prefeito do Recife, Geraldo Julio, os senadores Humberto Costa e Douglas Cintra, os deputados federais Luciana Santos e Fernando Monteiro, o deputado estadual Aluísio Lessa, e os secretários estaduais Thiago Norões (Desenvolvimento Econômico), Felipe Carreras (Turismo, Esportes e Lazer) e Márcio Stefanni (Fazenda).
A análise traz uma visão consistente sobre a participação de cada cidade na iniciativa, com a compreensão do valor gerado para todo o Nordeste.
ESTUDO – “A avaliação do impacto econômico para a implementação do hub no Nordeste demonstra que estamos no caminho certo em acreditar no potencial de desenvolvimento do Nordeste do Brasil. Os números apresentados são bastante promissores e reforçam nossa confiança no projeto. Continuamos com as nossas avaliações, mas já sabemos que, seja qual for a cidade escolhida, não teremos apenas uma localização geográfica privilegiada para esse tipo de iniciativa, mas também vamos contribuir com o desenvolvimento da economia de toda a região”, afirmou Claudia Sender, presidente da TAM.
O estudo, intitulado “Estimulando um novo valor econômico”, aponta que a instalação de um hub no Nordeste, em uma das três cidades em avaliação, trará benefícios econômicos em diversos campos. A implementação do hub deve ter um efeito multiplicador para a economia, e o estudo revela que cada dólar investido pelo Grupo Latam no hub irá gerar entre 5,2 e 5,8 dólares em novas atividades econômicas, considerando a média dos cinco primeiros anos de operações. Essa previsão inclui a geração de valor tanto na cidade que for escolhida quanto nas outras que participaram do estudo.
De acordo com o levantamento da Oxford Economics, o hub poderá trazer um crescimento adicional de U$ 374 milhões a U$ 520 milhões por ano ao PIB das três cidades participantes, considerando a média dos cinco primeiros anos de operação, equivalendo a uma alta anual de 5% a 7%. Isso representa entre R$ 7, 1 bilhões e R$ 9,9 bilhões de reais em um período de cinco anos (considerando a cotação de R$ 3,8/US$, para a data de 16 de setembro de 2015). No mesmo período, o potencial para geração de empregos está estimado entre 34 a 42 mil postos de trabalho em toda a região Nordeste.
Apenas durante o período de construção, a estimativa é que sejam gerados de 3 a 5 mil empregos. Cabe ressaltar ainda que, independentemente da cidade a ser escolhida, os três Estados se beneficiarão. O estudo ressalta ainda a premissa de que a instalação do hub no Nordeste pode ampliar a competitividade econômica da região.
O incremento seria resultado da aceleração do desenvolvimento econômico, de um maior acesso a mercados estrangeiros por meio de exportações e movimentações demão de obra e também da atração de investimentos externos.
PASSAGEIROS – Durante a sua primeira fase de desenvolvimento, a implementação do centro de conexões no Nordeste irá movimentar, num período de dois anos, 1,1 milhão de passageiros em voos de longo curso e entre 1 e 1,2 milhão de passageiros dentro do Brasil e entre o país e nações vizinhas da América do Sul, por ano. Atualmente, o Grupo Latam transporta 33,5 milhões de passageiros dentro do Brasil e outros 6milhões de passageiros em voos internacionais de e para o país.
Os gastos dos novos visitantes na região Nordeste devem gerar entre US$ 107 e US$ 224 milhões de valor agregado por ano, em diversos setores ligados diretamente à cadeia de turismo, de lazer e de negócios — como hotelaria, restaurantes, comércio e aluguel de imóveis e veículos — e também em setores impactados indiretamente, como indústria e transporte. Isso significa que, em um período de cinco anos, o hub deve gerar algo entre R$ 2 bilhões e R$ 4,3 bilhões (considerando a cotação de R$ 3,8/US$, para a data de 16 de setembro de 2015).
Com a implementação do hub no Nordeste, o Grupo Latam deve atender novos destinos na América Latina e criar novas conexões diretas entre o Nordeste e grandes centros na Europa, além dos atuais destinos atendidos pelo Grupo no continente. Irá também incrementar o número de rotas domésticas e facilitar a chegada a regiões hoje menos acessíveis do Brasil e de países vizinhos.
Para chegar às conclusões apresentadas, a consultoria utilizou como base os dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sobre os quais aplicou uma metodologia própria de avaliação de modelos econômicos regionais.
Somaram-se a isso as projeções elaboradas pelo Grupo Latam para a operação do hub, as informações sobre o potencial turístico e de desenvolvimento econômico de cada uma das três cidades fornecidas pelas autoridades locais, além de dados coletados em visitas técnicas.
Dan Levine, executivo da Oxford Economics responsável pelo estudo, comenta que o levantamento “aponta a contribuição econômica de estabelecer o novo hub no Nordeste em termos de geração de novos empregos, salários pagos e de contribuição para o PIB dos Estados envolvidos e de toda a região Nordeste”.
Levine explicou também que “a análise avalia o valor desses impactos durante a fase de construção, no primeiro ano de operações e nos cinco primeiros anos de atividades do hub, considerando dois estágios, a contribuição direta para a economia e o impacto mais amplo que será gerado na cadeia econômica, chamado de efeito catalítico”.
O estudo de impacto econômico apresentado pela Oxford é apenas um dos fatores que estão sendo avaliados pelo Grupo Latam para a definição de onde será instalado o novo hub da Grupo. A decisão final da empresa será baseada na análise global de uma série de critérios técnicos, como a competitividade de custos, atrelada a uma infraestrutura adequada para o empreendimento e a experiência dos passageiros.