Por Rosália Rangel*
Quando o ex-governador Miguel Arraes venceu as eleições para o governo de Pernambuco, para o seu terceiro mandato, em 1995, recebi do amigo e jornalista Jair Pereira, que seria o secretário de Imprensa do governador eleito, um telefonema desafiador: ser assessora de imprensa da primeira-dama do estado Magdalena Arraes, na presidência da Cruzada de Ação Social.
Fiquei lisonjeada com o convite, mas, ao mesmo tempo, senti aquele frio na barriga pelo tamanho da missão: era dona Magdalena, esposa de Arraes, uma mulher que construiu uma história ao lado do homem considerado um mito pelo povo pernambucano e um líder da política brasileira e das lutas revolucionárias do país.
Mesmo assim aceitei. E foi uma das melhores escolhas que fiz na minha vida profissional. Conhecer tão de perto e trabalhar com dona Magdalena foi uma experiência extraordinária.
Foi conhecer de perto uma sensibilidade enorme, de coração grande e de uma cultura inestimável.
Foram quatro anos de muito aprendizado e um trabalho enriquecedor. Uma oportunidade de conhecer pessoas que, até hoje, cultivo a amizade. Na madrugada de ontem, dona Magdalena nos deixou. A partida de quem gostamos é sempre triste e dolorida. Mas as lembranças ficam. Conviver com uma mulher que sabia lidar com o justo, com o social e, acima de tudo, com as pessoas foi, para mim, mais que um trabalho profissional: foi uma lição para vida. Obrigada e siga em paz dona Madalena.
*Jornalista e ex-assessora de imprensa de Magdalena Arraes na Cruzada de Ação Social
Deixe um comentário