
O ataque do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Supremo Tribunal Federal (STF), nessa terça-feira, 7, é atribuído por ministros da Corte a um desespero do chefe do Executivo diante das pesquisas eleitorais que apontam vitória do ex-presidente Lula (PT) no primeiro turno, além do temor do que pode acontecer na Justiça com o presidente e com a família dele caso perca a eleição em outubro. Assessores de Bolsonaro usam a palavra “transtorno” sobre o comportamento de Bolsonaro.
O preisdente da República atacou o STF depois que segunda turma derrubou uma liminar do ministro Nunes Marques que suspendeu a cassação do deputado Fernando Francischini por afirmar sem provas que as urnas eletrônicas foram fraudadas na eleição de 2018. A derrota de Francischini na segunda turma era dada como certa. O parlamentar contava com 2 votos a favor, Nunes Marques e André Mendonça, o outro ministro indicado por Bolsonaro , e dois contra, Ricardo Lewandowski e Edson Fachin. O desempate ficaria com Gilmar Mendes, que já havia deixado claro a interlocutores que votaria pela manutenção da cassação do parlamentar.
A aposta num altamente improvável voto de Gilmar pró-Francischini e contra o TSE feita por Bolsonaro é outro dos sinais do desespero do presidente, avaliam ministros. Mas a irritação do presidente não é, portanto, com o futuro de Francischini, um bolsonarista de primeira hora, e sim com a sinalização feita pelo STF nesse julgamento de que o Judiciário não vai tolerar o uso da desinformação na campanha eleitoral deste ano. Não à toa, Bolsonaro voltou a repetir nesta quarta-feira, 8, a ameaça de descumprir decisões judiciais, temendo principalmente algum despacho venha a restringir a atuação dos bolsonaristas em plataformas como o Telegram, para a qual o presidente há meses tem tentado conduzir seguidores.
Diante de um cenário adverso nas pesquisas, há 20 dias o presidente vem dizendo a assessores e também a ministros do STF que não entende por que está atrás de Lula. Além disso, com a ameaça de limitações à disseminação de desinformação, Bolsonaro passou a temer pelo futuro do filho, Carlos Bolsonaro, comandante da estratégia de marketing do presidente, caso ele deixe o Planalto em 2023.
Com informação do G1 Política
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