Após passarem quase vinte anos como adversários, o governador Eduardo Campos e o senador Jarbas Vasconcelos reataram a relação política que culminou no apoio do PMDB, partido de Jarbas, ao PSB, partido de Eduardo na candidatura de Geraldo Julio a prefeito do Recife no ano passado.
Na formação do secretariado de Geraldo, vários nomes do núcleo jarbista foram aproveitados pelo prefeito como João Braga e Roberto Pandolfi. Mas nenhum integrante do jarbismo foi aproveitado por Eduardo Campos em seu governo.
Jarbas por diversas vezes deu demonstrações de apoio à candidatura de Eduardo Campos a presidente e nos últimos dois meses deu uma mergulhada estratégica neste propósito. Talvez levado pelo distanciamento ocorrido entre ele e o governador nesse hiato de dois meses.
Jarbas precisa de sobrevivência política, é candidato a senador mas só tem viabilidade eleitoral se disputar com o apoio de Eduardo Campos ou pelo menos se não tiver esse apoio que não dispute contra o governador. Possui seu filho (Jarbas Filho) que foi mal sucedido na disputa pelo cargo de vereador do Recife no ano passado. Possui Raul Henry que é deputado federal e precisa de votos pra alcançar a reeleição e ainda possui seu sobrinho (Gustavo Negromonte) que é deputado estadual e tentará a reeleição, pra isso, se entrar no chapão do PSB precisará de 40 mil votos, na eleição passada teve pouco mais de 25 mil.
Se Jarbas precisar ser candidato a deputado federal, ele sabe que não possui votos suficiente para se eleger e reeleger Raul Henry. A engenharia do PMDB pernambucano seria ofertar o gordo tempo de televisão ao candidato que aceitar a inclusão de Jarbas na chapa para o Senado ou Raul Henry no posto de vice-governador.
Não se sabe efetivamente o que se passa na cabeça de Eduardo Campos sobre uma série de temas e principalmente sobre o que ele pensa para o PMDB e consequentemente para Jarbas. O encontro de hoje entre o governador e o senador no aniversário do peemedebista serviu para desmentir um eventual distanciamento entre ambos. Mas as especulações só serão dirimidas quando eles continuarem fazendo gestos de reciprocidade até as definições das chapas partidárias de 2014.
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