Sem dispor de nome para encarar a disputa à sua sucessão, o prefeito de Quipapá, Cristiano Martins (PSB), acabou por classificar o governador Paulo Câmara (PSB), de quem é aliado, de “laranja” durante entrevista a um rádio local. Ao comentar sobre especulações em torno de pré-candidaturas à prefeitura do município, Martins afirmou que logo que foi reeleito (2016) lhe perguntaram quem seria o seu sucessor. Ele, então acrescentou: “poderia muito bem, naquele momento, ter começado a desenhar uma pessoa. Uma pessoa próxima. Vou até dizer o ditado popular, um laranja, como diz a história do outro. Como Lula fez com Dilma, como, na época, Eduardo Campos fez com Paulo Câmara. Então, assim, uma pessoa de casa, uma pessoa da cozinha. Então, podia ter desenhado no final da minha reeleição”.
O prefeito expôs, em seguida, a fragilidade político-eleitoral do grupo que lidera em Quipapá. Chegou a classificar os aliados de “acovardados” referindo-se à falta de empenho dos integrantes do bloco e de quadros dispostos a concorrer. Sem citar nomes, também mandou um recado para assessores, inclusive, secretários, que mesmo estando na sua gestão, já declararam que não votarão em nomes cogitados para ocupar a cabeça da chapa governista.
“A campanha se desenhando, acontecendo, mas o grupo não aconteceu”, disse, acrescentando que alguns nomes desistiram de candidaturas e outros já nem saem de casa. “Funcionários da prefeitura e até mesmo secretários avisam que se for fulano (candidato) não vota e se for cicrano, não vota. Quero até mandar um recado aqui: essa pessoa pode se demitir”, afirmou. Para o prefeito, os assessores da sua gestão devem estar (partidariamente) onde ele estiver. “Se eu indicar um candidato para ele estar contra, pode se demitir. Porque não é do meu interesse que ele faça parte (do governo)”.
Ainda sobre a desarticulação dos aliados, Martins insistiu que o grupo não aconteceu. “Tentei de todas as formas unir o grupo. Tentei de todo jeito unir todo mundo, mas não aconteceu. Gedeão (Siqueira, vereador do PSB e um dos nomes apresentados como eventual pré-candidato) aqui é testemunha. Conversei com ele. As coisas não estão acontecendo. O grupo está se acovardando. A palavra certa que eu disse a ele foi esta: vendo pessoas da cozinha da gente que era o primeiro a levantar a bandeira, se acovardando”.
O prefeito revelou ainda que após uma reunião na semana passada com o grupo bateu na mesa e disse que a partir dali só queria com ele os dele. “Quem quiser procure o candidato Álvaro (Alvinho Porto (sem partido) ou a candidata Lucemar (Dias, do PSD, ex-primeira-dama do município). Procurem que quiser. Só quero com Cristiano quem for com Cristiano”, salientou. Alvinho e Lucemar têm os nomes apontados como possíveis candidatos à prefeitura de Quipapá.
Edson diz
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