Em sessão do plenário virtual da Assembleia Legislativa desta quinta-feira (23), o deputado estadual Alberto Feitosa fez um comparativo do discurso feito pelo presidente Jair Bolsonaro no último domingo, durante a comemoração do Dia do Exército, com frases ditas pelo ex-governador Eduardo Campos durante a pré-campanha presidencial de 2014. Segundo o parlamentar, as falas dos dois se assemelham, mesmo que em períodos diferentes, e são uma defesa do povo, da democracia e da liberdade.
O presidente Bolsonaro iniciou seu discurso frente no último domingo afirmando que as pessoas vivem em um novo Brasil e pedindo patriotismo dos brasileiros. “Eu estou aqui porque acredito em vocês. Vocês estão aqui porque acreditam no Brasil. Nós não queremos negociar nada, nos queremos é ação pelo Brasil. O que tinha de velho ficou pra trás. Nós temos um novo Brasil pela frente. Todos têm que ser patriotas,acreditar e fazer a sua parte para que possamos colocar o Brasil no lugar de destaque que ele merece”. No vídeo de pré-campanha à presidente intitulado O povo precisa acordar, Eduardo Campos traz um discurso que segue a mesma linha do atual presidente “É preciso ter coragem de inverter essa prioridade, quem pode fazer isso é o povo. Eu tenho dito o seguinte: quem vai dar jeito no Brasil não é Marina, nem eu, quem pode dar jeito no Brasil é o povo brasileiro, botando fim a essa velha política”.
Feitosa destacou que em outra parte da sua fala Bolsonaro mostra que, hoje, o povo está no poder e que acabaram as práticas da velha política, assim como defendia Campos em seus discursos. “Acabou a época da patifaria, agora é o povo no poder. Mais que o direito, vocês têm a obrigação de lutar pelo país de vocês”. Em uma citação clara de crítica a velha política, Eduardo fala no vídeo É hora de mudar que é preciso mudar as pessoas que estavam, à época, no poder em Brasília. “Nós temos clareza que o Brasil só muda se a gente mudar a política que está lá em Brasília. A presidenta Dilma se entregou àquelas velhas raposas, está cercada delas. Ou a gente muda esse jeito ou esse jeito vai engolir os direitos do nosso povo. Agora é hora de mudar, e agora para mudar é preciso ter coragem”, disse.
Em outras passagens, o ex-governador de Pernambuco falou sobre aprimorar a democracia e dar voz aos que sempre lutaram por liberdade. “A gente precisa melhorar a democracia, aproximar o Brasil real do oficial… Eu serei Presidente da República e que não vai deixar os que sempre lutaram por liberdade, pelo direito e pelo o povo em baixo pra botar os de sempre em cima”. O presidente Jair Bolsonaro trouxe uma mensagem semelhante. “Contem com o seu presidente para fazer tudo aquilo que for necessário para que nós possamos manter a nossa democracia e garantir o que há de mais sagrado para nós, que é a nossa liberdade”.
“Todos no Brasil têm que entender que estão submissos à vontade do povo brasileiro. Tenho certeza, todos nós iremos um dia dar a vida pela pátria e iremos fazer o que for possível para mudar o destino do Brasil. Chega da velha política!”, disse o presidente ainda no domingo. Eduardo traz, assim como Bolsonaro, o poder para as mãos do povo brasileiro “É possível sim, no Brasil, começar um tempo em que os que estão perdendo voltam a ganhar. Agora só acontece se o povo acordar”.
Por fim, ambos sempre se apegaram à fé para crer num país melhor para os brasileiros. Bolsonaro com o seu lema “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”. E Eduardo acreditando na sua condução à presidência do Brasil “Pela força de Deus e do povo”.
Feitosa ainda relembrou que na segunda-feira, dia seguinte a comemoração do Dia do Exército, o presidente, reafirmou o seu compromisso com a democracia ao responder a um apoiador que se encontrava na frente da sua casa e pedia o fechamento do Congresso e STF. “Sem essa conversa de fechar. Aqui não tem que fechar nada, dá licença aí. Aqui é democracia, aqui é respeito à Constituição Brasileira. E aqui é minha casa, é a tua casa. Então, peço, por favor, que não fale isso aqui. Supremo aberto, transparente. Congresso aberto, transparente”, disse.
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