Emanuela Rosa Araujo Pinto Lapa*
Contra fatos não há argumentos. Esta não é apenas umas das máximas mais populares do repertório linguístico brasileiro, mas a chave para as reflexões que pretendo, aqui, iniciar acerca dos últimos episódios envolvendo o principal espaço de vivência das políticas para a juventude na nossa amada Carpina. O espaço popularmente conhecido como “Casa das Juventudes” é, na verdade, um projeto de abrangência estadual, implantado pelo governo de Pernambuco nos municípios que desenvolvem projetos voltados aos jovens, com a finalidade de retirá-los da ociosidade por meio da oferta de oficinas variadas e, sobretudo, como espaço de promoção da cultura em suas mais variadas vertentes.
Nesse sentido, enquanto gestora da Secretaria da Juventude deste município, lutei arduamente pela conquista deste espaço, a fim de que tivéssemos possibilidades de ofertar ao jovem carpinense um espaço voltado à sua formação cultural, profissional e, principalmente humana. Hoje, muito me entristeço ao perceber que o fruto de tanta dedicação e esforço, que o resultado de dias e dias sucessivos de trabalho intenso, que a concretização de um grande projeto, que a personificação de um grande e sincero sonho passa a estampar os espaços midiáticos de forma negativa.
Posso, inclusive, na condição de quem foi à luta por essa juventude, afirmar que as manchetes que ganham corpo em diversos meios de informação causam vergonha. Vergonha e revolta. Ao mesmo tempo, tomo contato com postagens diversas, as quais, em parte dos casos, tentam justificar o injustificável e, pasmem, tentam ferir quem demonstra indignação com o fato ocorrido. Não se trata de uma calúnia, como alguns fizeram questão de argumentar; não se trata de difamação, como outros tantos fazem questão de dizer. Trata-se da constatação de que um espaço público e, portanto, mantido pelo dinheiro do povo estava sendo utilizado para “reuniões” de caráter inadequado.
Sendo assim, sugiro que os presentes em tais “reuniões”, e os responsáveis por aquele espaço, poupem as suas energias e guardem os seus discursos vazios. Afinal, alguém precisa explicar por qual motivo a Casa das Juventudes estava sendo usada para certas “reuniões”. O povo carpinense, o contribuinte, precisa saber por que motivos um espaço de promoção da cidadania deixou de cumprir com o seu papel. Por fim, gostaria de destacar que mantenho a minha consciência tranquila. Tranquilidade conquistada pela certeza de que luto pelos interesses da juventude de Carpina. Luto pelos interesses do nosso povo. Luto pelo exercício da nossa cidadania, enfim, luto por esta e pelas próximas gerações. Enquanto isso, quem critica a minha postura e tenta, repito, justificar o injustificável, permanece contribuindo para que, conforme afirma uma certa música parafraseada por uma certa jornalista, o povo continue “dançando, dançando, dançando…”.
*Professora, ativista dos movimentos sociais e ex-secretária de Juventude do Carpina.