Um dos poucos prefeitos de Pernambuco a se manter ao lado de Jarbas Vasconcelos na eleição de 2010, quando o emedebista concorreu ao governo na eleição que garantiu o segundo mandato ao ex-governador Eduardo Campos, o deputado estadual Álvaro Porto (PTB) voltou a cobrar, nesta segunda-feira (24.09), coerência do candidato ao senador na chapa governista. Em vídeo, Porto afirma que Jarbas agiu movido pela conveniência ao ter se aliado a Humberto Costa, a Lula e ao PT para tentar voltar ao Senado. E diz que os pernambucanos não aceitam hipocrisia e oportunismo.
Em junho último, em discurso na Assembleia, o deputado já havia criticado a conduta de Jarbas. “Para quem, assim como eu, acreditou e votou em Jarbas todas as vezes que ele disputou o governo do estado, acompanhar os lances dessa arrumação é ver que as conveniências são mais fortes que convicções e opiniões defendidas ao longo de toda uma vida”, disse.
Prosseguindo, Porto, então prefeito de Canhotinho em 2010, relembrou: “Naquela eleição, quando Eduardo Campos foi reeleito governador, garantimos em Canhotinho a única vitória de Jarbas em todo o estado. Asseguramos também votação expressiva aos dois senadores da chapa de oposição”.
Álvaro Porto reiterou a sua lealdade foi mantida quando grande parte dos aliados de Jarbas o traiu. Mas, depois, disse o deputado, Jarbas traiu a quem fez campanha, pediu votos para ele e votou nele, aderindo ao governo do próprio Eduardo Campos como forma de assegurar um mandato para a Câmara dos Deputados. “Jarbas vivia falando sobre os precatórios e os escândalos do PSB, mas quando viu a oportunidade de se eleger deputado federal correu para os braços de quem tanto criticava”.
Para salientar a falta de coerência do emedebista, Porto lembrou que Jarbas foi adversário, crítico ferrenho e desafeto de Eduardo Campos. “Para quem não se lembra, Jarbas definia Eduardo como coronel. Dizia até mesmo que o coronelismo de Eduardo não tinha limites e superava o coronelismo do ex-governador Miguel Arraes, a quem também atacou após rompimento nos anos 90”.
O mesmo contraponto Porto fez em relação ao que Jarbas pensava sobre o PT e Lula e o discurso que adotou agora. “O Jarbas que defende Lula e elogia Humberto é o mesmo que se consolidou como oponente e crítico ferino do PT, da ex-presidente Dilma Rousseff e do próprio Lula, em Pernambuco e no plano nacional”.
O deputado lembrou que Jarbas, segundo está registrado em jornais e blogs, classificou o PT de “quadrilha comandada por Lula” e, em 2015, chegou a afirmar que seria uma cena bonita ver o ex-presidente preso. “Em entrevista em 2012, Jarbas disse que o petista se achava Deus e agia com soberba. Em 2010, ressaltou que Lula usava e abusava da popularidade, que demonstrava sua pequenez como presidente e que, após oito anos de governo, o seu legado como gestor era um zero à esquerda”.
Já em relação a Humberto, lembrou Álvaro, Jarbas utilizou adjetivos como recalcado, petulante, cínico, sem integridade, perdedor nato, maior perdedor de Pernambuco, entre outras definições.
Para o deputado, a atitude oportunista de Jarbas desrespeita a sua própria historia e a confiança que um dia seus eleitores depositaram nele. “Ele posa ao lado de Humberto ostentando uma bandeira do PT e fazendo com as mãos o L de Lula, aquele mesmo que ele chamava de bandido e dizia que representava o pior da política. Além de extremo oportunismo isso é vergonhoso, Jarbas”, diz, dirigindo-se ao emedebista. “Pernambuco não aceita isso! Vamos dizer não a este oportunista. Vamos votar em Bruno Araújo e Mendonça Filho para o Senado. Basta de tanta hipocrisia e de tanto oportunismo!”, frisa.
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