Em discurso realizado nesta terça-feira, na tribuna da Câmara dos Deputados, o deputado federal Daniel Coelho fez duras críticas à situação em que se encontra o Complexo Prisional do Curado, antigo Presídio Aníbal Bruno. De acordo com o parlamentar, além da situação caótica em que se encontra o local, agora os presos estão utilizando celulares para se fazer passar por parlamentares, conforme foi identificado pela Polícia Legislativa da Câmara.
“Trata-se de uma unidade que se encontra superlotada e que no ano passado tivemos tristes episódios, inclusive com uma fuga após a explosão de uma bomba em uma via pública do Recife. Tivemos ainda o triste momento onde o secretário de Justiça, responsável pelo sistema prisional do Estado, declarou em audiência que falava por telefone com presos”, relembrou Daniel Coelho, que denunciou episódios que ocorreram nas duas últimas semanas.
“Nas duas últimas semanas, essas quadrilhas que atuam no Aníbal Bruno envergonham o Estado de Pernambuco também aqui na Câmara dos Deputados. Pessoas têm ligado de dentro do presídio para parlamentares da Casa como se fosse um de nós, se passando por mim e por outros parlamentares da bancada. A Polícia Legislativa confirmou isto, que as ligações vinham de dentro do presídio. Hoje chegaram a marcar um falso encontro com um parlamentar, mas que, por sorte, encontramos em contato e não ocorreu, mas a gente não sabe se ali, por exemplo, podia ter alguém em risco”, destacou.
Diante da situação, Daniel cobrou do governo do Estado que algo seja feito, que não haja omissão diante do que vem ocorrendo. “É extremamente grave essa situação. Por isso faço um apelo para que o governador Paulo Câmara não seja omisso. Já ficamos extremamente preocupados quando o secretário de Justiça disse falar por telefone com presos que estão naquela unidade. Ou seja, o Estado tem ciência de que, mesmo sendo contra a lei, detentos daquela unidade estão se utilizando de telefones celulares e mesmo assim não tomou medidas duras”.
Daniel também pediu um olhar especial para a situação de conflito existente com a comunidade do entorno, onde está sendo feita a retirada de casas sem nenhum tipo de diálogo com a população. “É um problema que envergonha Pernambuco nacionalmente, que preocupa os moradores da região e de todo o Estado de Pernambuco. Que providências sejam tomadas. Não podemos admitir que em uma unidade administrada pelo Estado de Pernambuco o crime seja cometido dentro dela, aos olhos da Justiça e aos olhos do próprio Estado.