Por Paulo Farias do Monte
Em política, mesmo em tempos de muito descrédito, coerência e lealdade ainda contam e muito. Por ser completamente desprovido dessas qualidades, o ex prefeito de Cabo e Jaboatão, Elias Gomes, vive o seu ocaso.
Sem mandato, sem votos e sem prestígio político Elias Gomes vive o seu ocaso. Ofuscado pelos Ferreiras no time das oposições, ensaia debandar-se para o palanque Governista, porém lá está o Prefeito do Cabo, Lula Cabral(PSB) com força, prestígio e votos. Gomes está como bem diz adágio popular: “No mato e sem cachorro”.
Na verdade, Elias está como o Velho Coronel Aureliano Buendía, do grande literato Gabriel Garcia Marques: “Ninguém Escreve ao Coronel”. Tudo isso é fruto de uma longa trajetória de traições. Cada um colhe o que planta.
Vamos à retrospectiva. Senão vejamos.
Elias, em 1982 recebeu todo o apoio de Arraes para ser Prefeito do Cabo. Arraes era candidato a Federal. Elias aproveitava-se do prestígio do velho que recém saíra do exílio. Ao chegar em Comício, em Pontezinha Arraes deparou-se com toda a militância de Elias empunhando e balançando a bandeira de Cajá que, assim como Elias Gomes militava no MR8. Elias foi eleito para mandato tampão de 6 anos e Arraes, Deputado Federal.
Em 1990, Elias elege-se Deputado Estadual pelo PMDB e, sem reunir condições de disputar a reeleição, passou a ser o maior incentivador da Candidatura de Cid Sampaio a Governador. No apagar das luzes, traiu Cid e apoiou Arraes em troca da Administração de Fernando de Noronha. Cid acusou o Golpe.
Em 1996, usou todo o prestígio de Arraes, então Governador elegeu-se Prefeito novamente. Em 1998, foi a vez de Eduardo sentir a sanha traidora de Elias que o apoiava para Federal em dobradinha com Bayron Sarinho para Estadual. Eduardo, que convencera Arraes a perdoar Elias, chegou para evento de Surf, na praia de Gaibu, o Hang Loose Pro Contest e, lá só viu bandeiras de Bayron. Uma única, de Eduardo, estava numa Jangada, há 200 metros da costa.
Com a Derrota de Arraes para Jarbas em 1998, Ele já traça seus planos para aproximar-se de Jarbas e usa Bayron Sarinho, grande amigo de Jarbas, para fazer a ponte. Vai para o PPS. Mais um golpe em Arraes.
Em 2000 através de Bayron consegue o apoio velado de Jarbas e é reeleito prefeito. Ingressa, no PSDB, depois de usar o PPS e deixá-lo menor do que encontrou.
Em 2004 sofreu uma derrota para Lula Cabral e em 2006 foi junto com o filho, Betinho Gomes esmagados nas urnas, quando ambos ficaram sem mandatos. Sem uma Prefeitura eles não sobrevivem.
Mas o destino, a sorte e a descrença dos Jaboatonenses deu a eles uma nova oportunidade.
Na sua gestão recebeu apoio maciço de FBC, que era Ministro da Integração Nacional, que encheu os cofres municipais de recursos, vide engorda da orla.
Porém, quando FBC precisou de seu apoio para a disputa ao Senado, recebeu de Elias um pedido de recursos para alugar dois carros de som. FBC assimilou o golpe e, no evento de adesão dos ferreiras, no último 26 de junho, foi duramente criticado no discurso do Senador. Não foi à toa.
Em 2014, o próprio Aécio foi vítima tanto de Elias como de Betinho, pois ambos só apoiaram Aécio quando ficou clara a sua presença no segundo turno. O resultado de Aécio, no Cabo e Jaboatão, inexpressivos 5% dos votos nas duas cidades foi o reflexo do apoio de ambos ao tucano.
Recentemente, nesse período pré eleitoral Elias Gomes gestava uma nova traição aos tucanos. Mantinha no PPS seus subalternos na Direção Estadual com o intuito de migrar no apagar das luzes para emplacar seu projeto pessoal de candidatura a governador.
Essa é a história que com conto com propriedade porque o conheço, bem como suas práticas desde muito cedo, quando ele ainda militava no Cabo de Santo Agostinho.
É por conta deste vasto histórico de traições que Elias Gomes vive o seu ocaso e uma profunda angústia por não ter uma Prefeitura para salvar o mandato de seu filho, Betinho Gomes, que trilha o mesmo caminho.
Por tudo que plantou durante toda sua carreira, que viva como o mesmo Coronel Aureliano Buendía, do escritor do Nobel de Literatura, Gabriel García Marquez: Os Cem anos de Solidão!
Paulo Farias do Monte
É advogado, Jornalista e do Cabo de Santo Agostinho.
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