Ao saudar os participantes do 1° Encontro Metropolitano de Ordem Pública e Segurança Cidadã, na manhã desta quarta-feira (25),no Hotel Barramares, em Piedade, o prefeito do Jaboatão dos Guararapes, Elias Gomes, disse que a segurança pública é uma questão muito complexa, mas não pode ser tratada apenas pela “forma tradicional”, sem uma maior atenção dos municípios e sem a participação da sociedade no debate. Elias também alertou para o que chamou de “tentativa insana” de mudar o Estatuto do Desarmamento, por meio de um projeto em tramitação no Congresso Nacional, e conclamou os presentes para, ao contrário, lutar para “desarmar o País” em busca de mais paz social.
“Não sou um especialista nesta questão tão complexa, mas entendo que ela não pode ser tratada da forma tradicional, com a União dizendo que é um assunto mais dos Estados (o combate à criminalidade) e os municípios transferindo tudo para os Estados. Não pode funcionar assim, com exclusividade e exclusão”, disse o prefeito Elias Gomes, insistindo que os municípios devem fazer sua parte, sem esquecer o protagonismo da sociedade.
Elias citou o programa Jaboatão em Ordem, lançado por sua gestão e que congrega várias ações de prevenção à violência e de criação de um ambiente de maior vivencia e de menor insalubridade como uma iniciativa que já vem dando “bons frutos” na cidade, numa parceria com órgãos do Estado, como o 6º Batalhão da Polícia Militar, sediado em Prazeres. Acompanho a cada fim de semana, pelo zap (o aplicativo whatshapp), as ações da Operação Sossego (fiscalização de bares) e vejo os resultados. Estamos atuando em parceria para reduzir as condições de insalubridade urbana, que estimule a violência”, disse. Desde 2003, a Operação Sossego fechou mais de 400 bares em bairros jaboatanenses.
O prefeito destacou a iniciativa do 1º Encontro Metropolitano de Ordem Pública e Segurança Cidadã, organizado pelo programa Jaboatão em Ordem, como importante para que os municípios da Região Metropolitana do Recife (onde ocorrem os maiores índices de violência) tratem do assunto de forma conjunta e sistêmica.
“É lógico que quando se aumenta o efetivo policial do Recife e se esquece de Jaboatão, por exemplo, está se deslocando o crime. Mas isso não quer dizer que os municípios devem abrir mão de suas ações suplementares, buscando enfrentar e reduzir os ambientes mais propícios à violência. Nem que devemos parar com os movimentos de reivindicação (por mais investimentos na segurança), mas que devemos discutir isso conjuntamente. E com a participação da sociedade”, disse.
DESARMAMENTO – Neste ponto, Elias citou como fundamental a formação das Comissões Municipais de Ordem Pública e Segurança Cidadã, coordenadas pelo programa Jaboatão em Ordem e integrada por conselheiros representantes de bairros da cidade. Já são 30 em atuação, todas com conselheiros formados em Gestão da Ordem Pública, num curso inédito promovido em parceria com a Faculdade Guararapes (FG). “É um trabalho muito importante na construção de um ambiente mais favorável à paz social”, afirmou, antes de concluir conclamando os presentes a formar fileiras para barrar no Congresso Nacional a “tentativa insana” de se alterar o Estatuto do Desarmamento.
“Nós devemos é desarmar o País e trabalhar mais a paz social”, defendeu.