A experiência vivida pelo Governo de Pernambuco no enfrentamento de duas grandes calamidades – as enchentes da Zona da Mata Sul em 2010 e 2011 – foi apresentada pelo governador Eduardo Campos nesta segunda-feira (28/05), em evento promovido pelo Tribunal de Contas da União, em Brasília.
Realizado no plenário principal do TCU, o seminário Desastres Naturais – Ações Emergenciais teve como coordenador o ministro Aroldo Cedraz e a participação do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, além dos governadores Jacques Wagner (BA), Antônio Anastasia (MG) e Omar Aziz (AM). Também estiveram presentes os vice-governadores do Rio de Janeiro e de Alagoas.
Ao fazer seu pronunciamento, Eduardo lembrou a situação vivida em Pernambuco, quando o Estado teve de abrigar mais de 27 mil pessoas. O governador lembrou o suporte dado pelo TCU naquela ocasião, quando vários ministros e técnicos trabalharam para facilitar o apoio às vítimas. “Que minha primeira manifestação aqui seja de agradecimento por esta cooperação”, pontuou.
Em seguida, o governador elogiou a iniciativa do TCU de organizar o evento, enfatizando ser importante aproveitar a oportunidade para uma troca de experiências concretas, de modo que as dificuldades vividas e as soluções encontradas, a exemplo da Operação Reconstrução, em andamento em Pernambuco, tornem-se um patrimônio comum. “Precisamos empreender um grande esforço nacional no sentido de legar ao Brasil um sistema de prevenção que atenda às necessidades do momento. Temos recursos e temos conhecimento científico pra isso”, disse.
A criação de um Comitê de Crise pelo Governo de Pernambuco também mereceu destaque. O grupo de trabalho reuniu representantes de várias secretarias no Palácio do Campo das Princesas e permitiu a tomada de procedimentos até então inéditos. “Queremos mostrar como montamos nosso Comitê de Crise, disponibilizar os textos dos decretos, redigidos com o apoio do TCU, do TCE, do Ministério Público e do Judiciário dando respaldo às primeiras contratações emergenciais”.
Para Eduardo, o maior desafio não é a assistência no primeiro momento após as catástrofes. Na hora do drama, a mídia estimula e cria-se uma rede de solidariedade. O problema é depois dos primeiros trinta dias. “É quando os voluntários retomam sua vida normal e os recursos disponibilizados, sejam os financeiros ou equipamentos como pontes e hospitais de campanha precisam ser liberados. Aí, não tem como evitar que as pessoas se sintam esquecidas e abandonadas”, afirmou.
Eduardo encerrou sua participação no seminário fazendo um alerta: “É preciso deixar claro que não é possível dar conta do desafio de reconstruir tudo o que foi destruído no prazo de180 dias da emergência. “A enchente faz seu trabalho silencioso sem nenhuma consideração por formalidades legais. Por outro lado, para reconstruir, com licitação, projeto e EIA – Rima, nada pode ser feito em menos de 14 meses. Esse descompasso gera angústia e desconforto nas vítimas”, acrescentou, convocando os órgãos de controle a chegar mais perto do executivo nestes momentos.
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