Em uma discussão acalorada no Twitter, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), denunciou o ex-deputado federal Jean Wyllys por declarações consideradas homofóbicas. A denúncia foi feita no Ministério Público na quarta-feira (19), logo após o bate-boca entre os dois na rede social.
A polêmica teve início quando o governador anunciou que o estado manteria as escolas cívico-militares, o que gerou críticas por parte de Wyllys. O ex-deputado criticou não apenas a medida, mas também o fato de ser uma decisão de um político assumidamente gay. Ele afirmou que gays com homofobia internalizada desenvolvem libido e fetiches em relação ao autoritarismo e aos uniformes.
Em resposta, Eduardo Leite classificou Wyllys como ignorante e destacou a importância de se construir uma sociedade com mais respeito e tolerância. O governador, que é o primeiro presidenciável a admitir publicamente sua homossexualidade, enfatizou que as pautas LGBTQIA+ não entram em conflito com a defesa de programas cívico-militares.
O Programa Nacional de Escolas Cívico-Militares, criado em 2019, propõe que educadores civis sejam responsáveis pela parte pedagógica, enquanto a gestão administrativa fica a cargo dos militares. O governo federal encerrou o programa, mas o governo do RS optou por manter esse modelo em escolas que já operavam dessa forma.
Por sua vez, Jean Wyllys retornou ao Brasil no final de junho, após quatro anos no exterior, onde fez um doutorado em Barcelona, Espanha. Ele decidiu deixar o país em 2019, alegando ameaças de morte, especialmente após o assassinato da vereadora Marielle Franco.
A denúncia do governador ao Ministério Público reflete sua posição contra a homofobia e reforça a necessidade de uma sociedade de respeito e tolerância, independentemente das ideologias políticas. O caso continua a chamar a atenção nas redes sociais, gerando milhões de visualizações e gerando debates sobre o modelo de escolas cívico-militares e a polarização política no país.
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