Agência O Globo – Dois carros, em nome de uma empresa declarada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), à Justiça Eleitoral, teriam sido pagos por Lúcio Bolonha Funaro, operador de mercado investigado no escândalo do mensalão e apontado com um dos principais aliados do parlamentar.
De acordo com a edição deste final de semana da revista Época, a C3 Produções Artísticas e Jornalísticas, cujos sócios são Cunha e sua mulher, Cláudia Cruz, seria dona dos veículos – um Hyundai Tuscson e um Land Rover Freelander -, ambos pagos com cheques de empresas em nome de Funaro.
Os dois carros foram comprados em fevereiro e maio de 2012. Lúcio Funaro foi investigado na CPI dos Correios, instalada no Congresso em 2005 no rastro das denúncias do pagamento de propina a parlamentares em troca de apoio ao governo Lula. Cunha sempre negou ligação com o operador de mercado.
Porém, de acordo com a reportagem, os dois veículos, comprados em São Paulo para a empresa de Cunha, que fica no Centro do Rio, foram quitados por Funaro.
A Tucson preta, modelo 2009, foi paga em duas parcelas: a primeira, de R$ 25 mil, com um cheque a Cingular Fomento Mercantil, de propriedade de Funaro, e a segunda, por meio de uma transferência bancária de R$ 55 mil.
No caso da Land Rover, que custou R$ 100 mil, o pagamento ocorreu por meio de um cheque de R$ 50 mil, da Cingular, e outro, também de R$ 50 mil, da Royster Serviços S.A., outro emprendimento do operador.
À Época, Lúcio Bolonha Funaro sustentou que a compra dos carros foi “uma operação comercial privada, protegida por cláusula de confidencialidade”. Já a defesa de Cunha não se manifestou, de acordo com a revista.