A menos de 50 dias para o Carnaval, as ladeiras de Olinda já fervem com as prévias realizadas todos os finais de semana, um período em que aumenta o assédio e violência nas ruas, principalmente contra a mulheres. Mesmo assim ainda não conta com uma delegacia especializada da mulher. Apesar do clamor da sociedade e da Vereadora Denise Almeida (PRB-PE), que vem encaminhando solicitações, requerimentos e discutindo o assunto insistentemente na Casa Bernardo Vieira de Melo sobre a importância de Olinda, com mais de 390 mil habitantes, sendo a maioria do sexo feminino ter uma delegacia especializada da mulher.
Denise Almeida destaca que a cidade já conta com uma vara de justiça especializada no enfrentamento à violência doméstica. A instalação da delegacia fechará o cerco aos abusos cometidos contra o público feminino.
“Não podemos deixar a nossa tão amada Olinda entre as cidades mais violentas para as mulheres nem no período do Carnaval e nem durante o ano. É preciso que o governo tenha uma forma atuante, mais efetiva para punir os agressores. No Brasil, sustentamos, sozinhas, quase 40% das famílias. Mesmo assim, somos agredidas e assassinadas dentro de nossas casas, vítimas de um machismo que desafia os séculos e nos cerceia na disputa igualitária do mercado de trabalho. Não podemos permitir que o Governo do Estado ache normal que nós mulheres olindenses tenhamos que ir sair da nossa terra para prestar um boletim de ocorrência como vem acontecendo nos dias de hoje.”, ressaltou Denise.
Uma das principais reclamações foi a falta de uma delegacia especializada para o atendimento dessas mulheres em Olinda fazendo com que a vítima tivesse dificuldade de expor a violência ou assédio sofrido num ambiente que não possui um atendimento diferenciado para a mulher.
Os casos de violência sexual contra mulheres registrados pelo Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher) durante o Carnaval de 2017 aumentaram 87,93% em relação ao Carnaval do ano anterior. Os dados são referentes a ligações recebidas em todo o Brasil pela Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres.
Segundo dados da campanha “Aconteceu no Carnaval” idealizado pelas redes colaborativas Mete a Colher e Meu Recife onde as denúncias foram enviados pela plataforma somente nesse ano aconteceu 24 relatos de violência contra a mulher. Os casos aconteceram durante o carnaval principalmente nas Ruas Treze de Maio, Rua do Bonfim e Mercado da Ribeira no Sítio Histórico de Olinda.
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