O Democratas está ciente das dificuldades para reeleger a sua bancada federal nas eleições do ano que vem, atualmente composta por dois parlamentaresm em Pernambuco que são Augusto Coutinho e Mendonça Filho.
Mendonça obteve 142.699 votos, enquanto Augusto Coutinho foi eleito com 70.096 votos, alcançando o mandato pela média. Em condições altamente favoráveis, pois, Mendonça havia ficado em segundo lugar na disputa pela prefeitura do Recife e arrebatou quase 50 mil votos na capital pernambucana no pleito. Se mantivessem a votação e fossem candidatos numa chapa isolada, Mendonça e Coutinho teriam juntos 212.795 votos e elegeriam apenas um deputado federal.
Porém, as circunstâncias para as eleições de 2014 são extremamente adversas. Eles não contam com o mentor político José Mendonça, pai de Mendonça Filho e sogro de Augusto Coutinho e principal responsável pela vitória de ambos em 2010. Mendonça disputou a prefeitura do Recife ficando em quarto lugar com menos de 20 mil votos no pleito do ano passado. Além do mais não conseguiu emplacar um prefeito sequer nas eleições passadas.
Na disputa de Belo Jardim e na de Caruaru onde foram as principais apostas do partido, nenhuma vitória. Em Belo Jardim a candidata dos Mendonça, Andréa, ficou em terceiro lugar. Perdendo pro prefeito João Mendonça e pro candidato de Cintra Galvão.
Se Mendonça cair proporcionalmente o que caiu na votação de 2008 pra 2012 na disputa pra prefeito, teria apenas 5 mil votos na capital pernambucana. Mas digamos que ele mantenha os 20 mil votos conquistados. Uma perda de 30 mil votos. No restante de Pernambuco, quando obteve cerca de 94 mil votos, Mendonça obtendo 40 mil, chegaria a 60 mil votos pra deputado federal e dificultando a sua reeleição.
No caso de Augusto Coutinho a perspectiva não é muito boa. Da votação que obteve, contou com 15 mil votos em Caruaru graças ao apoio de Tony Gel que dificilmente o apoiará em 2014. Então, digamos que ele mantenha o restante dos votos teria cerca de 55 mil votos.
Augusto Coutinho e Mendonça Filho juntos teriam um potencial de 115 mil votos, o que não possibilita sequer a eleição de um deles, imagine os dois? Então é onde entra a articulação do DEM nacional para tentar salvar o mandato do ex-governador de Pernambuco. A finalidade seria garantir o apoio formal do DEM ao candidato do PSB a governador e entrar no chapão da Frente Popular.
Com isso Mendonça iria pra federal pra tentar dos 115 mil votos possíveis que teria junto com Coutinho cerca de 90 mil e garantir a reeleição e consequentemente mais quatro anos em Brasília. Enquanto Coutinho seria o candidato do grupo a deputado estadual. Tentaria voltar onde com cerca de 40 mil votos teria mandato garantido.
O grande desafio dessa engenharia será convencer Augusto Coutinho de abdicar de Brasília pra ser deputado estadual. Quando um político chega lá só quer voltar pra um cargo executivo no estado. E Coutinho parece irredutível dessa possibilidade.
O fato é que se Augusto Coutinho e Mendonça Filho forem candidatos a deputado federal têm grandes chances de morrerem abraçados sem mandato. E o espólio político do deputado José Mendonça seria desmanchado.
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