José Luiz Datena (PSDB) e Pablo Marçal (PRTB) levaram para os tribunais mais de uma dezena de ações judiciais após o episódio que culminou na agressão do jornalista contra o empresário, durante debate da TV Cultura. São ao menos quinze processos até o momento, sendo doze delas provenientes do candidato do PSDB.
A mais recente foi protocolada por parte de Marçal ontem (26). O ex-coach pede uma indenização de R$ 100 mil por danos morais por conta da cadeirada de que foi alvo de Datena. A defesa escreveu na ação que a agressão provocou “efeitos devastadores” e “constrangimento e humilhação pública” a Marçal.
Nesta sexta (27) o candidato disse que, caso ganhe a causa, vai doar o valor de indenização para mulheres “em situação de vulnerabilidade, que são vítimas de atos covardes de violência”.
A cadeirada aconteceu depois de Marçal relembrar acusação de assédio sexual contra Datena e chegar a chamá-lo de “jack”, gíria para estuprador, em um episódio relatado por uma ex-repórter do Brasil Urgente, da Band, e que acabou arquivado.
Entre o final da semana passada e o início desta semana a defesa de Datena ingressou com denúncias de notícia-crime na Justiça Eleitoral contra o empresário por vídeos em que ele acusava o jornalista de agressão contra mulheres e que voltava a vincular acusações sobre o processo de assédio.
Vídeos das redes sociais de Marçal foram derrubados e a defesa de Datena obteve direito de resposta nos perfis do candidato do PRTB. As postagens tinham declarações do ex-coach como “isso aqui é sinal de gente que não tem inteligência emocional, de gente que é agressora, assedia mulheres e usa seu poder para calar mulheres” e uma live em que Marçal se referiu a Datena como “esse agressor sexual “.
“Ingressamos com doze ações, representações criminais, direitos de resposta e remoção de posts ofensivos e todas as decisões do judiciário eleitoral foram deferidas. Marçal agiu com requintes de crueldade contra a dignidade do Datena”, diz Eduardo Leite, advogado do jornalista.
“As acusações desferidas pelo Marçal foram mentirosas, visto que o processo por assédio foi improcedente na justiça trabalhista, e na esfera criminal foi arquivada sem qualquer prova, e a suposta vítima foi processada por calúnia e difamação, sendo que ocorreu a transação penal, e o Ministério Público condicionou a proibição de fazer qualquer manifestação pública ou privada sobre os fatos narrados no curso dos processos, homologado pela Juíza Criminal, findando todo e qualquer processo criminal”, afirma Leite.
A defesa de Marçal ingressou também com outros pedidos na Justiça contra Datena, além da indenização por danos morais.
Os advogados do empresário tentaram suspender na Justiça Eleitoral a participação de Datena no debate da RedeTV!, que foi realizado no dia 17 de setembro, dois dias depois da cadeirada, em razão da agressão do jornalista contra o candidato do PRTB, mas o pedido foi negado. Outro caso foi um pedido de investigação pelo crime de injúria por parte de Datena contra Marçal, ainda em tramitação.
O advogado do jornalista afirma que vem mais briga por aí. Uma ação “milionária por danos morais será protocolada com base nas ofensas desferidas contra Datena”, diz Eduardo Leite.
Do Jornal O Globo.
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