Faltando 18 meses para as eleições presidenciais de 2014, qualquer pesquisa divulgada neste momento serve apenas para construir cenários e analisar a viabilidade de cada candidato considerando os números obtidos e as variáveis que influenciaram positivamente ou negativamente a posição de cada um.
A eleição de 2014 possui quatro pré-candidatos competitivos, entre declarados e não-declarados, conhecidos e desconhecidos da população, são eles, não necessariamente na mesma ordem: Aécio Neves, Dilma Rousseff, Eduardo Campos e Marina Silva.
Primeiramente vamos analisar quem está no poder, no caso Dilma. A presidente possui elevada aprovação pessoal junto a população. Se fossem mantidas as condições normais de temperatura e pressão poderíamos concluir que Dilma estaria reeleita no primeiro turno. Porém, faltando tanto tempo pra eleição, tal prognóstico soaria irresponsável.
Vamos a segunda candidatura que é a de Marina Silva. A ex-senadora saiu muito maior do que entrou nas eleições presidenciais de 2010, quando obteve 20 milhões de votos e supreendendo a todos que consideravam sua candidatura apenas para demarcar posição.
A terceira candidatura é a de Aécio Neves. O senador tucano é o eterno candidato a presidente. Desde 2006 que é visto como potencial candidato. Naquele ano o escolhido foi Geraldo Alckmin. Nas eleições de 2010 perdeu a indicação para José Serra que acabou derrotado e agora aparentemente é o candidato do PSDB a presidente.
Por fim, Eduardo Campos. O governador pernambucano passou a ser visto pela mídia como um potencial candidato. Faz um governo extremamente bem-avaliado em Pernambuco, comanda um partido que tem crescido de forma consistente que é o PSB e tem dialogado com setores da economia com desenvoltura.
Vamos aos números. Se as eleições fossem hoje Dilma Rousseff teria 58% das intenções de voto, seguida por Marina Silva com 16%, Aécio Neves com 10% e Eduardo Campos com 6%. Considerando os votos válidos Dilma Rousseff seria reeleita no primeiro turno com mais de 60% dos votos.
Marina Silva possui um recall, resta saber se ela conseguirá manter o contingente de quase 20 milhões de votos ou até mesmo ampliar. Ela não será mais o fato novo como havia sido em 2010. Além disso tem o desafio de criar o seu partido chamado Rede, que até agora só existe nas conversas e eventos de Marina. Oficialmente ainda faltam-lhe as assinaturas necessárias.
Aécio Neves, além do recall do PSDB, considerado o maior partido de oposição no país, possui ao seu favor ter governado o segundo maior estado do Brasil que é Minas Gerais com 20 milhões de habitantes e com pouco mais de 15 milhões de eleitores. O que lhe daria, teoricamente uma boa partida.
Eduardo Campos governa Pernambuco com mais de 8 milhões de habitantes e mais 6 milhões de eleitores. Comanda o PSB que tem 6 governadores e 5 prefeitos de capitais.
Fazendo um comparativo entre Dilma e Marina sabemos que a primeira é muito mais competitiva que a segunda. Não sabemos qual é o nível de crescimento de Marina no decorrer da eleição a considerar o seu discurso messiânico.
Já no segundo pelotão, composto por Aécio Neves e Eduardo Campos, observamos uma aproximação entre ambos. Com ressalva para Aécio Neves que conquistou, de acordo com o Datafolha, apenas 11 milhões de eleitores até agora. Menos do que o eleitorado do seu estado. Já Eduardo Campos teria hoje cerca de 7 milhões de eleitores, bem mais do que o que se tem em Pernambuco. Isso significa que Eduardo consegue romper as barreiras pernambucanas, mesmo tendo hoje menos votos que Aécio Neves. Vale ressaltar que comparando com a última pesquisa Datafolha, que dava a Neves 12% das intenções de voto e apenas 4% para Campos, a distância entre ambos só faz diminuir, o que teoricamente era uma partida de quase 14 milhões de votos pra Aécio e apenas 5 milhões para Eduardo, consequentemente dando uma diferença de 9 milhões de votos entre ambos, agora ficou em apenas quatro.
É possível que a nova rodada de pesquisas do Datafolha aponte um empate literal entre Aécio Neves e Eduardo Campos, hoje existe um empate técnico. Os números, sem sombra de dúvidas, acendem o sinal amarelo na condução do PSDB, enquanto para o PSB mostra que existe um potencial de crescimento para o partido no decorrer de 2013, podendo Eduardo ter ao final do ano mais votos que Aécio, o que já seria praticamente uma realidade, e se aproximar de Marina Silva.
O grande desafio do socialista será continuar vivendo nesta corda bamba que é ter cargos no governo federal e ao mesmo tempo realizar críticas ao governo que faz parte e ajudou a eleger.
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