O juiz federal Julián Ercolini indiciou na segunda-feira, 17, o ex-presidente argentino Alberto Fernández, que se autodenominou como o primeiro líder feminista do país, pelos crimes de lesões leves agravadas por violência de gênero, lesões graves e ameaças coercitivas a ex-primeira-dama Fabiola Yañez.
O processo é referente a dois episódios específicos de violência: um soco no olho direito da ex-esposa, ocorrido entre a noite de 21 de junho e a madrugada de 22 de junho de 2021, e um episódio em que ele agarrou o braço direito de Fabiola Yañez com força, provocando uma lesão que resultou em um hematoma.
Ambos os episódios de violência domésticaocorreram na suíte da Quinta de Olivos, residência oficial do presidente da Argentina.
Segundo o juiz, Fernández usou violência psicológica e física contra Yañez.
Isso incluía “assédio, intimidação, controle, indiferença, insultos, acusações, desrespeito, negação de palavras, desprezo e hostilidade”, disse Ercolini.
Para ele, o peronista também usou “condicionamento econômico” para “manipular e continuar a exercer poder e controle” sobre a ex-primeira-dama.
Ao tentar coagir a ex-mulher a não apresentar queixa, Fernández prometeu que “no futuro nem ela nem seu filho passariam necessidade”. Ele também ameaçou “arruiná-la” e “fazer qualquer coisa contra ela”, caso ela insistisse em testemunhar contra ele.
O juiz entendeu que as alegações e agressões ocorreram “dentro de um contexto de violência de gênero”, ressaltando que a “relação de poder assimétrica que existia ao longo do relacionamento”.
Feminista?
Enquanto ocupava a presidência da Argentina, Alberto Fernández se autodenominou o “primeiro feminista” do país.
“Tenho vergonha de que na Argentina as mulheres sofram violência de gênero”, disse o peronista em comemoração ao Dia Internacional da Mulher em 2022.
O Antagonista.
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