Quem nos lê sabe que não é novidade para este signatário a derrota de José Serra para prefeito de São Paulo neste domingo. Nós já havíamos falado nesta hipótese ainda em março quando cogitava-se a candidatura do tucano para prefeito da capital paulista.
Por quê eu tinha tanta certeza da derrota de Serra?
O ex-governador de São Paulo tem um vasto conhecimento da população brasileira e paulistana porque já tinha sido duas vezes candidato a prefeito, duas vezes candidato a presidente, governador de São Paulo, ministro da Saúde, etc.
As pesquisas antes das prévias apontavam que Serra liderava as intenções de voto com 18%, dada a quantidade de indecisos naquele momento o tucano ostentava cerca de 35% das intenções de votos válidos.
Quando José Serra definiu que seria candidato o cenário permaneceu inalterado e ele tinha uma pequena vantagem em relação a Celso Russomano, candidato do PRB. Gabriel Chalita e Fernando Haddad iniciaram a eleição com intenções baixíssimas de voto.
Muitos analistas desprezaram a força do PT, a força de Lula e a força de crescimento de um candidato desconhecido da população. Eleição após eleição fica óbvio que o povo se cansou dos políticos profissionais, daqueles líderes carreiristas.
Alguns desmereceram a candidatura de Fernando Haddad, tal como fizeram com Dilma Rousseff, chamando-o de poste. Uma verdadeira afronta ao discernimento da população. Afinal, com equívocos e acertos, Fernando Haddad como ministro da educação teve papel relevante na política brasileira. Tal como foi Dilma Rousseff na Casa Civil e nas Minas e Energia.
Voltando ao fator José Serra, vale ressaltar o desastre que o PSDB cometeu quando aceitou o apoio de Gilberto Kassab, prefeito extremamente mal-avaliado de São Paulo que foi jogado no colo do PSDB, deixando o PT livre, leve e solto, mesmo tendo o PSD como um parceiro nacional do partido de Haddad.
Como defender uma gestão amplamente rejeitada pela população? Missão praticamente impossível, mas Serra e o PSDB não fizeram esta equação. Além do mais, sabendo-se das dificuldades de Serra de vencer a eleição e sem o comando da capital paulista desde 2006, era muito melhor para os tucanos lançarem um novo quadro, mesmo perdendo seu candidato sairia maior, teria Andrea Matarazzo, José Aníbal, Bruno Covas e muitos outros candidatos que seriam trabalhados para o futuro e poderiam até fazer uma frente ao PT com uma vitória.
A derrota de Serra em São Paulo pode até ser considerada boa para o PSDB por considerar a hipótese de se reinventar para as próximas eleições, mas não dá para considerar que foi boa sob o ponto de vista político e eleitoral. O PSDB passou de protagonista da política nacional a coadjuvante com os resultados municipais. Isso não é bom para ninguém.
Já o PT, mesmo após o Mensalão, saiu extremamente fortalecido porque conquistou uma vitória eleitoral, política e financeira. Afinal, derrotou o maior quadro do PSDB em seu reduto, conquistou uma vitória com um candidato desconhecido e vai comandar uma cidade com orçamento superior a muitos estados brasileiros.
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