A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Máfia do Futebol, que investiga denúncias de irregularidades cometidas por dirigentes da Fifa e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), ouviu nesta terça –feira o empresário Neymar da Silva Santos, pai do jogador Neymar. O convite foi solicitado pelo relator da comissão, deputado Fernando Monteiro (PP/PE).
Segundo ele, com o depoimento, espera-se ter mais informações sobre os contratos de mídia, patrocínios e eventos envolvendo a CBF. “A vinda do empresário Neymar Santos colabora para o futuro do futebol na medida que mostra novas perspectivas de gestão no setor.”
O empresário Neymar Santos, responsável pela carreira do filho, fez uma exposição à Comissão sobre como ocorre, no âmbito do futebol, os contratos de imagem e carreira no Brasil. Ele esclareceu diferenças entre o direito de arena e o de imagem, citando que o direito de arena está vinculado ao contrato do atleta. “Ou seja, está diretamente ligado ao local de trabalho, podendo ser usado apenas no campo. E isso envolve a venda de ingressos e o direito de transmissão”, disse o empresário, destacando que o direito de imagem pertence ao clube.
O empresário, com base nessa exposição, abordou questões relacionadas ao contrato de venda do atacante Neymar ao Barcelona, em 2013. Neymar Santos e o filho são investigados por suposta sonegação fiscal na transação.
Sonegação- as denúncias de supostas sonegação e evasão fiscais envolvendo o nome do jogador Neymar foram alvo de vários questionamentos de deputados durante a audiência pública.
Os deputados Silvio Torres (PSDB-SP) e Arnaldo Jordy (PPS-PA), por exemplo, pediram detalhes dos cerca de R$ 190 milhões do jogador bloqueados pela Justiça, por suposta sonegação no período em que Neymar jogava no Santos.
Segundo o empresário, o caso ainda está em análise nos órgãos competentes. O valor total bloqueado é referente ao montante supostamente sonegado acrescido de multa. Neymar da Silva Santos, garante que pagou os tributos corretamente e atribuiu o problema jurídico a mudanças de interpretação nos critérios de cobrança da Receita Federal. O empresário rebateu ainda as acusações de falsidade ideológica por suposta falsificação de contratos do jogador.