Na Folhapress
A presidente Dilma Rousseff prepara um corte entre R$ 20 bilhões e R$ 25 bilhões nas despesas do governo como forma de evitar o agravamento da crise.
O número final ainda passa por pequenos ajustes. É possível que haja uma nova reunião na manhã desta segunda-feira (14) para calibrar a lista dos cortes.
A União venderá terrenos e imóveis, fará leilão de apartamentos funcionais, revisará contratos, diminuirá secretarias, diretorias e cargos comissionados e proporá ao Congresso a redução de despesas obrigatórias, como gastos com a Previdência e com o funcionalismo público.
A reforma ministerial, outra frente no esforço de Dilma para tentar debelar a crise, deve ficar apenas para a semana que vem. O Executivo promete eliminar dez pastas. Algumas delas, porém, apenas perderão seu status ministerial.
Nos últimos dias, empresários de diferentes ramos da economia cobraram que o Palácio do Planalto promovesse um corte adicional de despesas para reduzir o deficit de R$ 30,5 bilhões enviado por Dilma Rousseff ao Congresso em sua proposta orçamentária para 2016.
O rombo, somado à instabilidade política, fez com que o Brasil tivesse sua nota de crédito rebaixada pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, tirando o selo de bom pagador do país.
A pressão fez com que a área econômica estudasse soluções para tirar as contas do vermelho, buscando manter apoio entre setores empresariais.
Doente em estado terminal
“Se o Brasil fosse um paciente internado, os médicos da UTI já o teriam diagnosticado como doente terminal”, avalia o jornal britânico “Financial Times”, especializado na cobertura de temas econômicos.
“Os rins têm falhado; o coração vai parar em breve. A economia está uma bagunça”, segue o texto da publicação, que avalia que a desordem nas contas públicas, com gastos elevados por parte do governo, é a razão por trás da decisão da agência de risco Standard & Poor’s, que rebaixou a nota de investimento do país, na última semana.
Com o rebaixamento, a nota do país caiu de BBB- para BB+ e o Brasil perdeu o selo de “bom pagador”. Esse selo, que é um reconhecimento de que o país é um lugar seguro para os investidores, costuma ser exigido por fundos de investimento e de pensão bilionários para aplicar em títulos de dívida.
Ainda segundo o “Financial Times”, dado o ambiente externo desfavorável, com a economia da China desacelerando, o colapso nos preços das commodities e altas taxas de juros nos Estados Unidos, o “sofrimento” do Brasil está apenas no começo.