
Postado por Estefane Hermano às do dia Deixe um comentário
Com aval de Alexandre de Moraes, Mourão acerta visita a Braga Netto
Após a autorização do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) marcou uma visita ao general Walter Braga Netto para a próxima quinta-feira (17). No mês passado, a Primeira Turma do STF colocou Braga Netto no banco dos réus por envolvimento numa trama golpista para impedir a posse do presidente Lula.
“Os dias de visita são terças, quintas e domingos. O Braga Netto pediu que domingo e terça-feira sejam para a família, de modo que irei na próxima quinta-feira”, disse ao blog Mourão, que ainda está fechando o grupo que deve visitar o general. As informações são do Jornal O Globo.
Braga Netto teve a prisão preventiva decretada em dezembro do ano passado por Moraes, que considerou que o general tentou obstruir a Justiça ao tentar obter acesso à delação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid.
Ele está na 1ª Divisão do Exército, subordinada ao Comando Militar do Leste, que fica na Vila Militar, zona oeste do Rio de Janeiro. Por ser general de quatro estrelas, Braga Netto não está em uma cela propriamente dita, mas um cômodo com armário, geladeira, ar-condicionado, televisão e banheiro exclusivo.
Na última terça-feira, Moraes atendeu aos pedidos de visita capitaneados pelo deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e pelo senador Izalci Lucas (PL-DF), com o apoio de um grupo de 20 parlamentares da oposição – entre eles o próprio Mourão.
Na decisão, Moraes determinou que haja um limite máximo de três visitas individuais por dia e proibiu que os parlamentares utilizem celulares, máquinas fotográficas ou qualquer outro dispositivo eletrônico, bem como os impediu de fazer imagens do interior da unidade prisional, “sob pena de responsabilização”.
Comandante do Exército
Em fevereiro deste ano, Braga Netto recebeu a visita do comandante do Exército, general Tomás Paiva, que fez três perguntas protocolares ao ex-ministro da Defesa e ex-companheiro de chapa de Jair Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2022.
Tomás Paiva quis saber o quadro de saúde do general, se a família dele estava bem e se Braga Netto precisava de alguma ajuda no campo jurídico.
A visita do comandante, porém, não foi um privilégio. Fez parte de uma agenda regular que o comandante tem com os detentos militares, para verificar suas instalações, as condições de saúde e o acesso a advogados.
No encontro de 15 minutos, Braga Netto disse a Tomás Paiva que estava bem e não pediu nenhum tipo de ajuda, nem demonstrou sinais de abatimento, segundo relatos obtidos pelo blog. Os dois não são nem próximos e nem amigos, muito pelo contrário.
As investigações da Polícia Federal sobre a trama golpista mostraram Braga Netto orientou militares golpistas a promover ataques nas redes contra Paiva e outros generais que ele considerava esquerdistas ou comunistas. Entre os bolsonaristas, Paiva e outros quatro generais eram chamados de “melancias” – verdes por fora, vermelhos por dentro.
Tomás Paiva, porém, não falou disso na visita a Braga Netto. A interlocutores, ele disse que esse era um “não assunto”.
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