Uma imposição que pode custar a prefeitura do Recife.
Em 2004 João Paulo estava prestes a disputar a reeleição quando detinha índices baixos de aprovação, ficando atrás dos então pré-candidatos Cadoca (PMDB) e Joaquim Francisco (PTB) nas pesquisas. A campanha começou e o prefeito se recuperou liquidando a fatura no primeiro turno. Em 2006, desde o início, a então oposição liderada por Humberto Costa (PT) e Eduardo Campos (PSB) sempre teve mais votos que Mendonça Filho (PFL) então governador que disputava a reeleição. Houve segundo turno e Eduardo Campos foi eleito com 65% dos votos. Na eleição de 2008, apesar do clamor do então presidente Lula, o prefeito João Paulo decidiu impor a candidatura de João da Costa para ser o seu sucessor, tendo cansado da imposição do nome de Humberto Costa em 2006. João Paulo peitou o diretório nacional e lançou o seu secretário de Planejamento Participativo, acabou liquidando a fatura no primeiro turno com 51,5% dos votos válidos, podendo ter obtido quase 60% se não fosse o caso da cassação do registro da candidatura de João da Costa por uso da máquina que consequentemente retirou muitos votos dele. Assim que João da Costa assumiu a prefeitura, o ex-prefeito João Paulo rompeu com o atual e começou a fazer mais oposição que a oposição propriamente dita e João deixou de ser João. Na disputa desse ano foi ensaiada uma querela entre João da Costa e Maurício Rands, frustrando os planos de João Paulo que ainda almejava ser o candidato do partido no lugar do seu ex-afilhado. Depois do processo lamentável das prévias, uma decisão mais lamentável ainda ocorreu: a imposição do senador Humberto Costa como candidato, cassando um direito legítimo do prefeito João da Costa de disputar a reeleição. Pesquisas atestavam a viabilidade do prefeito, e a sua rifada não foi eleitoral, mas sim política. Muitos achavam que a prefeitura do Recife era muita areia pro caminhão de João da Costa. Essa decisão pode custar a prefeitura do Recife, única ilha de poder do PT no estado, fritando a sua principal liderança, que recebeu uma bola pra lá de quadrada porque do mesmo jeito que João não é mais João, Costa nunca será Costa. Os principais torpedos na candidatura do senador virão do nono andar da PCR, que trabalhará diariamente para impor uma derrota histórica à cúpula petista. Resta a Humberto transformar essa bola quadrada em um verdadeiro gol de placa, mas será uma tarefa pra lá de difícil, pra não dizer impossível.
Alternativos – O bloco alternativo liderado pelo senador Armando Monteiro (PTB) não tem mais motivos para seguir adiante. Agora apoiará a candidatura de Humberto Costa.
André Campos – Ponta de lança da gestão João da Costa, André Campos voltou para a Assembleia Legislativa para ser o candidato do PT à Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes.
José Queiroz – Na capital do forró, o prefeito pedetista será o candidato único da Frente Popular para a disputa contra Miriam Lacerda (DEM). O fantasma da candidatura de Raquel Lyra (PSB) foi dizimado pelo governador Eduardo Campos.
Gustavo Krause – Isolado, o deputado Mendonça Filho (DEM) poderá disputar a prefeitura do Recife sozinho novamente, e seu vice deverá ser o ex-governador Gustavo Krause formando uma chapa puro-sangue, como em 2008.
Raul Henry – O deputado peemedebista passa a ser o favorito para a disputa pela Prefeitura do Recife. É considerado até por muitos governistas como o melhor candidato.
Primeira mão – Este colunista foi o primeiro a falar sobre a candidatura de Humberto Costa no dia 23 de maio após a anulação das prévias do PT. Comprovando a força da coluna e do blog que se consolidam como fontes de informação respeitadas no estado.
eliana queiroz diz
Adorei o resumo do que vem por ai nessa eleição de 2012 para a Prefeiiitura do Recife, parabéns Edmar você é fera
Margarida diz
Parabéns pra você Edmar que nos informou tudo o que gostaríamos de saber e poucos disseram tão pouco. Foi muito esclarecedoras as infomações dos candidatos a PCR. Obrigada!