A falta de rumo do PT pernambucano.
O Partido dos Trabalhadores governou a cidade do Recife por doze anos e está governando o Brasil há dez anos, mas nunca conseguiu eleger o governador de Pernambuco. De todas as eleições que o partido disputou visando o Palácio das Princesas a que chegou mais perto foi um terceiro lugar com Humberto Costa em 2006 quando houve segundo turno e Eduardo Campos foi eleito. Depois da briga de João Paulo e João da Costa que culminou numa derrota acachapante na disputa pela prefeitura, o PT tenta juntar os cacos visando as eleições 2014. Inexoravelmente o partido precisará lançar uma candidatura própria para dar palanque a Dilma Rousseff em Pernambuco caso Eduardo seja mesmo candidato a presidente, mas mesmo que não seja, o PT tomará papel de coadjuvante na cena política local. Muito pouco para quem já teve a faca e o queijo nas mãos para governar as três esferas de poder em 2006. Não há uma perspectiva de ganhar a disputa com um nome próprio, seus principais quadros, João Paulo e Humberto Costa, saíram altamente enfraquecidos do processo eleitoral do ano passado. A chapa pura que o PT apresentou obteve pouco mais de 150 mil votos, ficando num modesto terceiro lugar, perdendo inclusive para o neófito Daniel Coelho que é do PSDB que não tinha inserção política na capital pernambucana. Visando um projeto majoritário, o PT tem a possibilidade de receber para os seus quadros o socialista Fernando Bezerra Coelho que é ministro da Integração Nacional e consequentemente auxiliar de Dilma Rousseff, sendo um dos mais próximos auxiliares da presidenta. Caso se confirme a filiação do ministro ao PT, o partido teria uma saída plausível, mas mesmo assim estaria dependendo da importação de quadros porque os atuais envelheceram antes do tempo. Além do mais, é preciso mostrar a bancada estadual e a bancada federal, bem como aos auxiliares de Geraldo Julio e de Eduardo Campos a necessidade de se afastar do PSB a nível local. É um tremendo mato sem cachorro.
Chapa federal – Por falar no PT, os únicos nomes com chances reais de conquistar mandato na Câmara dos Deputados são os ex-prefeitos do Recife João Paulo que já é deputado federal e busca a reeleição e João da Costa. Os demais terão grandes dificuldades.
Chapa estadual – Já para a Assembleia o cenário é menos conturbado mas também complicado. Buscam a reeleição André Campos, Isabel Cristina, Odacy Amorim, Teresa Leitão, Isaltino Nascimento, Manoel Santos e Sérgio Leite, dos quais devem dançar pelo menos dois.
Missão complicada – Nas eleições de 2010 quando tentou a reeleição, André de Paula (PSD) alcançou 63.055 votos, que lhe deixaram na primeira suplência da Coligação Pernambuco Pode Mais. Visando 2014 ele tentará novamente um mandato em Brasília, mas precisa ampliar o que conquistou na eleição passada.
O recuo – Diante de uma eleição a cada dia mais difícil para deputado federal, os deputados estaduais Silvio Costa Filho (PTB), Sebastião Oliveira (PR) e Isaltino Nascimento (PT) recuaram e irão tentar novamente um mandato na Casa Joaquim Nabuco.
O Senado – O deputado federal Eduardo da Fonte (PP) foi reeleito para a Câmara dos Deputados com 330.520 votos, praticamente triplicando a votação obtida em 2006. Agora o progressista deverá tentar a vaga em disputa pelo Senado na chapa que apoiará a reeleição de Dilma Rousseff.
Arena Pernambuco – A Itaipava Arena Pernambuco foi inaugurada na partida entre Náutico x Sporting (POR) com um público de quase 27 mil pessoas. Em relação ao estádio só elogios, mas no entorno e no acesso de Recife a São Lourenço só reclamação. Alguma coisa precisa ser feita.
Ingenuidade – Só um ingênuo acredita na possibilidade do prefeito Elias Gomes disputar o governo de Pernambuco pelo PSDB. Para isso ele precisaria renunciar a 2 anos e 8 meses do seu mandato em Jaboatão. Ele só faria isso se a disputa pelo Palácio fosse pule de dez, o que sabemos que não é.
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