Os atores de 2018 que precisam “ganhar” 2016
O ex-governador Eduardo Campos vez por outra quando era questionado sobre sua pré-candidatura à presidência da República afirmava que era preciso “ganhar 2013” pra “ganhar 2014”, isso significava que para sua candidatura ser competitiva, Eduardo precisava fazer o dever de casa tanto no governo de Pernambuco quanto no comando do PSB. A tese de Eduardo tinha sentido e se aplica para muitos atores políticos que almejam postos importantes em 2018, e antes precisam sair vitoriosos de 2016.
O maior deles é o prefeito do Recife Geraldo Julio, que uma vez se reelegendo prefeito será um importante ator de 2018, ainda que não dispute nenhum mandato. Já se o prefeito perder a reeleição, terá extremas dificuldades para ser um ator importante em Pernambuco, tendo que se contentar com um mero mandato de deputado federal, além disso uma eventual derrota de Geraldo pode trazer desdobramentos na reeleição do governador Paulo Câmara com o enfraquecimento da Frente Popular. Portanto, Paulo e Geraldo estão umbilicalmente ligados, necessitando que na capital pernambucana o PSB saia vitorioso.
Outro ator importante é o senador Fernando Bezerra Coelho, que nutre o desejo de ser governador de Pernambuco e suas chances só existirão se seu grupo político retomar a prefeitura de Petrolina após duas derrotas eleitorais seguidas. Se Fernando conseguir eleger Miguel Coelho prefeito de Petrolina, além de enfraquecer seu adversário Julio Lóssio, estará pavimentando a sua candidatura ao Palácio do Campo das Princesas caso o PSB perca a prefeitura do Recife com Geraldo Julio.
Já o prefeito de Jaboatão dos Guararapes Elias Gomes sonha acordado com um mandato de senador, seja na chapa de reeleição de Paulo Câmara, seja numa composição com Fernando Bezerra Coelho, com quem nutre uma relação muito próxima. Além disso não se pode descartar a hipótese de Elias Gomes ser candidato a governador. Pra chegar vivo em 2018 Elias precisa fazer o sucessor em Jaboatão, emplacar Betinho Gomes no Cabo e outros aliados em prefeituras como Vavá Rufino em Moreno. Se lograr êxito em boa parte das suas empreitadas, sobretudo fazendo o sucessor, Elias falará grosso em 2018 podendo requisitar uma vaga de senador na chapa de Paulo Câmara, que é o caminho melhor idealizado pelo tucano.
O deputado federal Daniel Coelho também é outro que precisa ganhar 2016, isso porque foi candidato a prefeito do Recife atingindo um resultado bastante positivo em 2012. Tentará a prefeitura novamente em 2016 e qualquer resultado que não seja a sua vitória, sobretudo se obter menos votos que em 2012, poderá estar sepultando a sua carreira majoritária. Vencer a PCR este ano é mais do que uma questão eleitoral, na verdade é uma questão de sobrevivência política.
Um nome que não pode ser descartado é o ministro Armando Monteiro, que apesar de ter sido derrotado na disputa pelo governo, ainda tem relevância em Pernambuco, sendo necessário que o seu PTB consiga manter o espaço que possui no âmbito das prefeituras ou até consiga ampliar. Se Armando conseguir manter a tropa unida, será um nome importante nas discussões de 2018, ainda que não venha a disputar novamente o Palácio do Campo das Princesas.
Por fim o deputado Jarbas Vasconcelos, que vez por outra é inflado a disputar a prefeitura do Recife. Ainda que não seja candidato em 2016, Jarbas é a maior liderança política de Pernambuco. Fazer o seu PMDB crescer será vital para 2018, quando Jarbas poderá ser novamente candidato a senador. Portanto, será fundamental que o partido não apenas dispute prefeituras como também consiga vencê-las para reestruturar o grupo do ex-governador que foi praticamente dizimado no período em que Eduardo Campos foi governador. Se não surgir outros nomes, esses serão os principais atores de 2018, mas para chegarem vivos até lá, é fundamental fazer o dever de casa em 2016.
Por fora – Outros nomes também precisam vencer 2016 para brigarem por postos importantes na política estadual em 2018, são eles: Mendonça Filho (DEM), Anderson Ferreira (PR), Eduardo da Fonte (PP) e André de Paula (PSD). Todos deputados federais e presidentes estaduais de suas respectivas siglas, eles sabem que precisam de um bom resultado nas eleições municipais para alcançar boas votações em 2018 e consequentemente espaços de poder no estado e no país.
Petrolina – Os vereadores que formam a bancada de oposição de Petrolina se reuniram na tarde de ontem com o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB). O encontro, ocorrido no escritório político do senador, também contou com a presença do deputado estadual e pré-candidato do PSB a prefeito Miguel Coelho. Os parlamentares mostraram disposição em participar de uma grande coalizão de forças sob o comando do PSB municipal, para a disputa das eleições deste ano. Na reunião de ontem estiveram presentes vereadores do PV, PDT, PRTB e PSD.
Vice – O ex-vereador Sérgio Magalhães (PMN) negocia com a deputada estadual Priscila Krause (DEM) e com o deputado federal Daniel Coelho (PSDB) para ser candidato a vice-prefeito numa chapa encabeçada pelo tucano ou pela democrata. Sérgio se deu conta que sua pré-candidatura a prefeito não iria muito longe e começa a bater em retirada.
Cleiton Collins – Satisfeito com o mandato de deputado estadual e planejando virar deputado federal, Cleiton Collins teria afirmado a interlocutores que não pretende ser novamente candidato a prefeito de Jaboatão dos Guararapes. Cleiton estuda fazer uma composição com o nome apresentado por Elias Gomes, que pode ser Conceição Nascimento ou Evandro Avelar.
RÁPIDAS
Linha auxiliar – O deputado estadual Edilson Silva, presidente estadual do PSOL, se insurgiu contra o impeachment de Dilma Rousseff de tal maneira que não dá mais para esconder que o seu partido foi criado pura e simplesmente para ser uma linha auxiliar do PT. Edilson tem perdido a simpatia de muitos eleitores que condenam a corrupção do PT e esperavam um posicionamento diferente do deputado sobre Dilma Rousseff.
Desistência – O prefeito de Moreno Adilson Gomes Filho, o Dilsinho (PSB), anunciou que não será candidato à reeleição em outubro. Dilsinho foi eleito graças ao esforço de Eduardo Campos em 2012, mas não conseguiu implementar uma gestão que ganhasse a simpatia da população. O socialista ostenta um dos maiores índices de rejeição do estado e se fosse candidato suas chances de vitória eram praticamente nulas.
Inocente quer saber – O que fez o deputado Joel da Harpa (PTN) se desanimar da disputa pela prefeitura de Jaboatão dos Guararapes?