Um dia histórico que colocou Lula contra a parede
O dia de ontem entrou para a história da política brasileira quando às seis da manhã a Polícia Federal deflagrou a 24ª fase da operação Lava-Jato, batizada de Aletheia que significa “busca da verdade”. Nas movimentações da Polícia Federal mandados de busca e apreensão no sítio de Atibaia, no tríplex do Guarujá, no Instituto Lula e na própria residência do ex-presidente em São Bernardo do Campo, além disso uma condução coercitiva ao ex-presidente para esclarecer alguns fatos que são investigados pela Polícia Federal.
Na política o que vale é o fato político criado, e ele foi completamente devastador na imagem do ex-presidente, que por diversas vezes escapou ileso dos mais variados escândalos de corrupção patrocinados pelo seu governo. Agora existem fatos que colocam em xeque a honestidade do ex-presidente que podem culminar numa eventual prisão.
A empresa LILS, responsável pelas palestras do ex-presidente e o Instituto Lula, receberam juntos nada menos que R$ 30 milhões das cinco maiores empreiteiras envolvidas na Operação Lava-Jato. Isso por si só já coloca uma pulga atrás da orelha dos investigadores. É muito dinheiro para alguém realizar palestras ou discutir temas sociais. Se a sociedade em geral acha estranho, imagine a Polícia Federal?
O tríplex no Guarujá cuja obra foi bancada pela OAS também está muito mal-explicado, e todas as evidências apontam para um eventual usufruto do ex-presidente como uma espécie de mimo feita por uma das maiores empreiteiras do país. O sítio em Atibaia, que não é de Lula, recebeu móveis e objetos do ex-presidente logo assim que saiu da presidência da República, além disso possui um barco que tem o nome de Lula e sua esposa Marisa, bem como pedalinhos com os nomes dos seus netos. Sem contar com a reforma que o sítio recebeu deixando-o em condições de extremo luxo. Além do mais a antena da Oi a cem metros do sítio, dando a entender que a empresa de telefonia fez mais um mimo para o ex-presidente, tal como a OAS fez no tríplex do Guarujá.
São muitas as evidências que colocam o ex-presidente Lula contra a parede. Certamente ele foi pego com a boca na botija e não tem mais o que se explicar, uma vez que quanto mais ele fala, mais ele se complica. Quanto a tentativa de vitimização por conta da condução coercitiva da Polícia Federal, isso não vai colar, afinal direito tem quem direito anda.
Delações – Além de Delcídio Amaral, que aguarda a homologação da sua delação premiada, o ex-deputado Pedro Corrêa, preso no Mensalão e na Lava-Jato, está prestes a homologar a sua delação que dá detalhes de como tratava os esquemas do Petrolão diretamente com o ex-presidente Lula. Outra que deve ter sua delação homologada é Danielle Fonteles, dona da agência Pepper, responsável pelas campanhas do PT de 2010 e 2014, e deve igualmente complicar a vida do ex-presidente.
Quebra – O governo de Pernambuco decidiu rescindir o contrato de concessão com a Arena Pernambuco Negócios e Participações porque a projeção de receitas estabelecida pela concessionária não se confirmou. Além disso o governo não pagará pela recisão enquanto não for confirmado pelo consórcio liderado pela Odebrecht o valor real da obra.
Revoltante – O deputado Sílvio Costa (PTdoB), vice-líder do governo Dilma, classificou como revoltante a nota do PSB que se posicionou pelo rompimento total com o governo Dilma Rousseff e passou a integrar a oposição no Congresso Nacional. Antes o PSB havia optado por uma postura de independência, votando com o governo quando fossem discutidos exclusivamente os interesses do país. Silvio Costa disse também que se Eduardo Campos estivesse vivo não cometeria “tamanha ingratidão”.
Santos Dumont – O complexo esportivo Santos Dumont em Boa Viagem, sob responsabilidade da secretaria de Turismo, Esporte e Lazer de Pernambuco, comandada por Felipe Carreras, está numa situação precária. Além do mato que toma conta de tudo, vários focos do mosquito Aedes Aegypt colocam em risco a saúde daqueles que frequentam o complexo para a prática de atividades físicas.
RÁPIDAS
Acórdão – O ministro Luís Roberto Barroso, relator no Supremo Tribunal Federal (STF) da ação que definiu o rito do impeachment no Congresso, prevê para a semana que vem a publicação do acórdão do plenário sobre o caso. A exposição da ementa abre caminho para os ministros incluírem na pauta a análise dos recursos do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) sobre o caso.
Anulação – O deputado Mendonça Filho (DEM) conseguiu na justiça anular a nomeação do procurador de justiça Wellington César para o cargo de ministro da Justiça. Mendonça impetrou uma ação popular amparado no argumento de que a Constituição Federal veda a participação de membros do ministério público em cargos do poder executivo.
Inocente quer saber – A liberdade do ex-presidente Lula está com os dias contados?