O “mergulho” de Armando Monteiro
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Armando Monteiro Neto nunca escondeu de ninguém o sonho que acalentava de ser governador de Pernambuco. Por duas vezes acabou adiando o sonho de disputar. Primeiro em 2006 para apoiar Humberto Costa, depois em 2010 para apoiar a reeleição de Eduardo Campos tendo sido um dos senadores na chapa. Acabou se elegendo como o senador mais votado daquele pleito.
Então desde que assumiu o mandato em 2011 que se movimentou visando a eleição de 2014 para o governo de Pernambuco. Certa vez, numa conversa com a imprensa cheguei a perguntar ao senador se ele conhecia o retrospecto das eleições no estado, e se ele tinha visto algum senador virar governador. Armando silenciou e disse que o projeto dele independia de retrospecto.
Nas eleições de 2014 começou liderando todas as pesquisas, chegando a abrir mais de 30 pontos de vantagem sobre o então candidato Paulo Câmara. Mas uma decisão equivocada começou a ruir a sua campanha, que foi retirar os cavaletes da região metropolitana no intuito de frear a avalanche de material do seu adversário Paulo Câmara.
A decisão, conforme havia alertado nesta coluna, se mostrou ineficaz e um verdadeiro tiro no pé. Veio a morte de Eduardo Campos e com ela o sepultamento das chances, que já eram remotas, de Armando Monteiro ser governador de Pernambuco.
Porém, mesmo perdendo a eleição por uma vantagem considerável, Armando assumiu um dos maiores ministérios do governo Dilma Rousseff. Mesmo num cenário de crise, teria condições de transformar o limão numa limonada, tal como fez Eduardo Campos em 2004 com o modesto ministério da Ciência e Tecnologia.
A verdade é que Armando Monteiro parece que perdeu o gosto para a política. Não aparece na mídia nacional, bem menos na local, tem evitado se movimentar politicamente e isso é muito ruim, porque mesmo tendo perdido a eleição, ainda lhe restam quatro anos como senador da República e ocupa um dos maiores ministérios do governo federal.
Além disso, ele precisa ser o grande líder da oposição ao PSB em Pernambuco caso ainda queira disputar o governo novamente ou até mesmo se reeleger para o Senado da República. Portanto, seria fundamental aparecer na mídia, retomar a agenda no interior e dialogar com a sua base política. A menos que ele não queira mais a prerrogativa de ser o antagonista do projeto hegemônico do PSB em Pernambuco. Caso seja esta a decisão de Armando, a oposição pernambucana fica órfã de líder no estado.
Cisape – O Consórcio Intermunicipal do Sertão do Araripe (Cisape) divulgou uma moção de apoio ao prefeito de Araripina Alexandre Arraes (PSB), que foi presidente da entidade. Para os integrantes do consórcio, o prefeito é um homem íntegro, probo, responsável e ético, e tudo será esclarecido da melhor maneira possível.
Reestruturação – Praticamente dizimado de Pernambuco nas eleições de 2014, o Partido dos Trabalhadores, liderado pelo senador Humberto Costa tenta juntar os cacos para começar uma reestruturação do partido no estado. Neste final de semana Humberto estará em Petrolina para se reunir com os militantes do partido e tentar traçar uma estratégia para 2016.
Jaboatão dos Guararapes – Com poucas chances de ganhar a eleição para prefeito do Recife porque tem como adversários os favoritos Geraldo Julio que busca a reeleição e Daniel Coelho, João Paulo estuda disputar a prefeitura de Jaboatão dos Guararapes em 2016. Foi em Jaboatão que João Paulo disputou a sua primeira eleição majoritária em 1992, mas acabou não se elegendo.
Prorrogação – O relator da comissão especial de reforma política deputado Marcelo de Castro (PMDB/PI) apresentará uma proposta de prorrogação do mandato dos prefeitos e vereadores que serão eleitos em 2016 pra 2022, onde teríamos a unificação das eleições. Caso seja aprovada, os prefeitos e vereadores eleitos no ano que vem terão seis anos de mandato.
RÁPIDAS
10 anos – Caso a proposta de prorrogação dos mandatos passe e o prefeito Geraldo Julio seja reeleito, ele ficará dez anos no cargo de prefeito do Recife. Seria o primeiro prefeito a passar uma década comandando a capital pernambucana.
Roberto Jefferson – O ministro do STF Luis Roberto Barroso, relator do processo do Mensalão, autorizou o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) a cumprir a sua pena em regime domiciliar. A progressão da pena teve parecer favorável do procurador-geral da república Rodrigo Janot.
Inocente quer saber – O deputado Lucas Ramos vai tentar a indicação do PSB pra disputar a prefeitura de Petrolina?