Centrão se dissolve sem Eduardo Cunha
O deputado Eduardo Cunha teve uma meteórica ascensão política na Câmara dos Deputados desde que assumiu o posto de líder do PMDB na Casa. Com brilhante capacidade de exercer liderança e poder, Cunha se cacifou para disputar a presidência da Câmara. Ele cresceu na Casa sobretudo pela falta de capacidade do Planalto comandado por Dilma Rousseff de exercer influência na Câmara. Cunha conseguiu construir, com maestria o centrão, que foi importante para a sua vitória e também para a queda de Dilma do governo.
Cunha comandava com mãos de ferro o centrão, que se via liderado por um grande articulador político. Porém, com os escândalos que culminaram no seu afastamento do cargo pelo STF ele começou a perder força na Casa, e os deputados, como todos os políticos, passaram a trabalhar com o instinto de sobrevivência, abandonando o ex-líder do centrão.
A evidência clara foram os votos de Rogério Rosso, candidato do grupo, que no primeiro turno obteve 106 votos, e no segundo míseros 170 votos. Esse é o atual tamanho do centrão com forte tendência de murchar ao longo das votações. Não há mais a figura daquele líder que possa exercer uma força centrípeta na Casa, como era Eduardo Cunha. Agora há uma forte expectativa que o Planalto voltará a ter esse protagonismo na Casa através de Michel Temer, pois a vitória de Rodrigo Maia, um deputado pouco admirado pelos pares, foi uma clara vitória do Planalto. Sem o aval de Temer, Rodrigo não tinha sequer cem votos.
Livre do centrão, que tinha elevado poder de barganha em relação a qualquer presidente da República, Michel Temer terá a tranquilidade necessária na Casa para fazer as mudanças que o Brasil precisa. A queda de Cunha, então baluarte do centrão, virou questão de tempo. Pois sem a figura maléfica dele na Casa, os deputados voltarão a ter uma maior tranquilidade para andar nas ruas, uma vez que a pauta Eduardo Cunha estará definitivamente sepultada.
Oficial – O deputado Sílvio Costa Filho (PRB) oficializou ontem a retirada da sua pré-candidatura a prefeito do Recife para apoiar a postulação do ex-prefeito João Paulo (PT). Silvio será candidato a vice-prefeito na chapa do petista, que contará com os seguintes partidos: PT, PRB, PTB, PTN e PTdoB. A coligação garante a João Paulo o segundo maior tempo de televisão da disputa, ficando atrás apenas de Geraldo Julio, que tentará a reeleição.
PP – O PP dos deputados Fernando Monteiro e Eduardo da Fonte oficializou o apoio à reeleição do prefeito Geraldo Julio em outubro. Além da capital pernambucana, o PP também vai marchar com o PSB em Petrolina. Antes apoiaria a postulação do deputado Odacy Amorim a prefeito, mas terminou ficando com o deputado Miguel Coelho (PSB).
Catende – O PSB estadual confirmou o apoio a pré-candidatura de Ivanilda Maria, a Danda de Otacílio, que disputará a prefeitura de Catende, na Zona da Mata Sul. No município, o partido continua sendo presidido pelo prefeito Otacílio Cordeiro e terá candidato próprio às eleições municipais. No próximo dia 31 de julho, durante a convenção municipal do PSB em Catende, que contará com presença da Executiva estadual do partido, Danda de Otacílio será confirmada como candidata do PSB.
Seminário – O ministro das Cidades, Bruno Araújo, confirmou presença no seminário “Questões relevantes para o setor construtivo” que o Sinduscon-PE promoverá na próxima segunda-feira, 18, na sede da entidade. Além do ministro o evento contará com presença da secretária Nacional da Habitação, Henriqueta Arantes, e representantes da Caixa Econômica Federal.
RÁPIDAS
Evidências – A pesquisa Datafolha divulgada ontem, que aponta o prefeito de São Paulo Fernando Haddad oscilando entre 8% e 11% apenas, evidencia a dificuldade que os candidatos do PT terão nas urnas em outubro. O desgaste da sigla tem atingido diversas lideranças políticas, e tende a puxar pra baixo inclusive João Paulo, candidato a prefeito do Recife.
Desafio – O maior desafio de Daniel Coelho a partir de agora será ultrapassar a candidatura de João Paulo. Dez pontos separam o petista do tucano na pesquisa Ipespe divulgada recentemente. Se Daniel acertar no discurso e suplantar João Paulo, será difícil segurar a sua candidatura num segundo turno contra o prefeito Geraldo Julio.
Inocente quer saber – A saída de Silvio Costa Filho do páreo beneficiou Daniel Coelho?
William Pontes diz
O Datafolha tão ágil só não faz pesquisa para auferir a popularidade de Temer. Fato altamente estranho. Quanto ao Centrão (????) um agrupamento fisiológico que será altamente pago pelo detentor do poder. Caso contrário não leva nada na Câmara.