Jarbas Vasconcelos ganha força para suceder Eduardo Cunha
Prefeito do Recife por duas vezes, governador de Pernambuco por mais duas vezes e senador da República, Jarbas Vasconcelos ocupa hoje o mandato de deputado federal. Eleito em 2014 com 227.470 votos para a Câmara dos Deputados, Jarbas é uma reserva moral da política brasileira. Aos 73 anos, o pernambucano está cotado pela mídia nacional como o nome que unificaria a Câmara dos Deputados e poderia dar prosseguimento ao processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff sem qualquer mácula, como acontece com Eduardo Cunha.
O atual presidente da Câmara dos Deputados está sendo “convidado” a renunciar ao posto de presidente pelos colegas deputados com a contrapartida de salvar o seu mandato. Após ser um importante líder do PMDB e ocupar o cargo máximo da Casa, Cunha teria que se contentar com a ausência dos holofotes para não perder o foro privilegiado. A equação não é fácil, mas pode ser um caminho para melhorar a imagem da Câmara dos Deputados nesse processo tortuoso de impeachment que toma conta do Brasil.
Do mesmo jeito que a credibilidade e a seriedade de Jarbas Vasconcelos são pontos favoráveis para que ele venha a ocupar o posto de presidente da Câmara, vale salientar que o pernambucano tem pontos negativos que podem prejudicar essa construção. Isso se dá no que diz respeito ao deputado não ser muito afeito às grandes articulações e conversas de pé de ouvido tão apreciadas pelos políticos em geral. Essa é uma das características que, por exemplo, colocam a presidente Dilma Rousseff numa situação de dificuldade perante os parlamentares.
Além disso fica latente que o PT, o PCdoB, o PDT e o PR, aliados de Dilma de primeira hora, não aceitariam em hipótese alguma que Jarbas assumisse o posto. Assumidamente favorável ao impeachment, Jarbas teria a credibilidade que falta a Eduardo Cunha para conduzir o processo. E naturalmente os aliados de Dilma não querem que isso ande, a não ser que tenham certeza que ele será rejeitado, hipótese cada vez mais distante de acontecer.
O nome do ex-governador de Pernambuco está na pauta da Câmara e até mesmo de parte da sociedade, mas até que ele venha a se tornar um nome efetivamente capaz de presidir a Casa, será preciso vencer uma série de obstáculos, dentre eles o mais importante de todos: convencer Eduardo Cunha a largar o osso.
Fernando Monteiro – O deputado federal Fernando Monteiro (PP) reuniu a imprensa pernambucana ontem no restaurante Leite, no centro do Recife, para a sua confraternização de final de ano. Fernando, que exerce o primeiro mandato na Câmara dos Deputados, fez um balanço do seu primeiro ano representando Pernambuco em Brasília e falou sua opinião sobre o conturbado cenário político nacional.
Aline Mariano – A vereadora licenciada que ocupa a secretaria de enfrentamento ao crack e outras drogas Aline Mariano tem se movimentado no intuito de levar o PSDB a apoiar a reeleição do prefeito Geraldo Julio. Aline espera que com sua movimentação seja contemplada com o cargo de vice-prefeita no lugar de Luciano Siqueira.
Simplicidade – Tem chamado a atenção do meio político pernambucano a simplicidade do governador Paulo Câmara, que viaja em avião de carreira como qualquer cidadão comum e dispensa algumas formalidades peculiares do cargo. Com apenas um ano de governo e enfrentando uma série de dificuldades para conduzir os rumos de Pernambuco, não ter a característica da ostentação, peculiar em muitos políticos, é um grande diferencial para o governador.
Exemplo – Assim como o prefeito do Recife Geraldo Julio e o governador Paulo Câmara, o prefeito de Jaboatão dos Guararapes Elias Gomes (PSDB) decidiu não fazer a tradicional confraternização de final de ano com a imprensa. A prioridade do gestor é honrar a folha salarial do município que custa R$ 30 milhões, e qualquer economia, por menor que seja, contribui para que o prefeito consiga cumprir o compromisso com os servidores.
RÁPIDAS
Equívoco – Circulam nas redes sociais que em caso de impeachment de Dilma Rousseff e impossibilidade do vice-presidente Michel Temer, do presidente da Câmara Eduardo Cunha e do presidente do Senado Renan Calheiros assumirem o mandato de presidente, o deputado Tiririca (PR/SP) herdaria o cargo, o que é um equívoco. Depois de Renan quem assume é o presidente do STF Ricardo Lewandowski.
Impugnação – O vice-presidente Michel Temer e o presidente da Câmara Eduardo Cunha, ambos filiados ao PMDB, que por sinal é presidido por Temer, decidiram impugnar qualquer filiação de deputados federais que venha a acontecer no intuito de recolocar Leonardo Picciani no posto de líder do partido. A movimentação arquitetada pelo Planalto não foi bem recebida pelos peemedebistas.
Inocente quer saber – Se emitir decretos para liberar gastos não previstos no orçamento aprovado pelo congresso nacional não é crime de responsabilidade, o que mais seria para fundamentar um pedido de impeachment?