Família de Eduardo quer espólio eleitoral do ex-governador
O ex-governador Eduardo Campos até 2005 era um político eleitoralmente falando de segunda linha em Pernambuco, desde 1986 quando atingiu o seu primeiro mandato eletivo como deputado estadual até 2002 quando disputou seu terceiro mandato na Câmara dos Deputados que Eduardo não atingia expressivas votações para os cargos que disputava.
Até que veio a eleição de 2006, quando “comendo pelas beiradas” se elegeu governador no segundo turno com uma expressiva votação. E o poderio eleitoral de Eduardo só fez aumentar a cada ano de governo e consequentemente cada eleição que disputou ou apoiou candidatos. Nas eleições de 2010 conseguiu, talvez, a maior votação que um governador de Pernambuco terá condições de alcançar daqui por diante, foram quase 84% dos votos válidos e uma vantagem de mais de três milhões de votos sobre o seu principal adversário Jarbas Vasconcelos.
Esse patrimônio eleitoral alcançado por Eduardo Campos permitiu que Geraldo Julio se elegesse prefeito do Recife, Paulo Câmara governador de Pernambuco, Fernando Bezerra Coelho senador da República e uma série de aliados espalhados por Prefeituras e Câmaras Municipais, Assembleia Legislativa de Pernambuco e Câmara dos Deputados. O prestígio de Eduardo era tão grande que nem ele próprio conseguia mensurar tamanha força, que só veio a se consolidar de 2008 em diante.
A própria eleição de 2014 confirmou a força política de Eduardo, quando o PSB, após sua morte, elegeu o governador, o senador, oito deputados federais e quinze deputados estaduais, criando uma hegemonia partidária nunca vista na história de Pernambuco. A família de Eduardo Campos sabe que se o sobrenome Arraes já era forte no estado, o sobrenome Campos ficou mais forte ainda.
Diante do exposto o advogado Antônio Campos, irmão de Eduardo, será candidato a prefeito de Olinda no ano que vem e se lograr êxito abrirá caminho para novas candidaturas da família, como por exemplo a de João Campos a deputado estadual, a de Renata Campos a deputada federal e a de Ana Arraes a senadora da República.
Isso não significa que o filho, a viúva e a mãe do ex-governador serão todos candidatos em 2018, mas fica evidente que todos têm plenas condições de atingir o objetivo caso se lancem para um mandato eletivo nas próximas eleições gerais. O patrimônio político e eleitoral atingido por Eduardo Campos não só pelo seu exitoso governo e sua magistral capacidade política, mas sobretudo pela forma trágica que aconteceu o seu desaparecimento, tem tudo para garantir uma vida longa ao “eduardismo” em Pernambuco.
Risco – O Palácio do Planalto começou a se dar conta no final de semana de que o risco do impeachment da presidente Dilma Rousseff entrar na pauta da Câmara dos Deputados é alto e por isso está trabalhando com todos os cenários, dentre eles o pior, que é o de Eduardo Cunha acatar o pedido esta semana.
Nas mãos – A presidente Dilma Rousseff, em conversas com aliados mais próximos, parece estar serena e tranquila, ciente do problema que se meteu. Mas uma coisa que Dilma não cansa de repetir é de que ficou nas mãos do presidente da Câmara Eduardo Cunha. É uma espécie de se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.
Impeachment – A consultoria política Arko Advice elevou para 50% o risco de impeachment da presidente Dilma Rousseff após a abertura de processo no TSE para investigar as contas de campanha de Dilma em 2014 e da rejeição das contas do governo pelo TCU por unanimidade semana passada. O índice era de 45% antes dos acontecimentos que colocaram Dilma no olho do furacão.
Abertura – Ainda de acordo com a Arko Advice, existem entre 240 e 290 deputados a favor do impeachment de Dilma, esse número é suficiente para acatar a admissibilidade, porém ainda é pouco para efetivar a abertura do processo. São necessários 342 votos dentre os 513 deputados federais para que o processo seja aberto.
RÁPIDAS
Imóveis – Os imóveis de um quarto, que no período do boom econômico de Suape, eram bastante procurados no Recife, perderam o interesse por parte dos investidores em 2015. Eles já caíram cerca de 10% no seu valor real e tendem a cair muito mais nos próximos meses.
Nilton Mota – O secretário de Agricultura de Pernambuco e deputado estadual licenciado Nilton Mota (PSB) estava muito interessado em ser candidato a prefeito de Surubim nas eleições do ano que vem, mas as pesquisas mostraram que sua candidatura é difícil de ser viabilizada eleitoralmente e o secretário começa a preferir continuar comandando a Agricultura do estado do que entrar numa bola dividida.
Inocente quer saber – A vereadora Marilia Arraes desistiu de sair do PSB?