Cutucaram Cunha com a vara curta
O presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha é incendiário. Conhece o Congresso Nacional como a palma da sua mão. Nos tempos de líder do PMDB na Câmara, Cunha colocou a presidente Dilma Rousseff contra a parede por diversas vezes, causando sucessivos constrangimentos para o Palácio do Planalto.
Na eleição da mesa diretora da Câmara dos Deputados impôs uma derrota acachapante ao Palácio do Planalto ao se eleger no primeiro turno com 267 votos contra o preferido do Planalto Arlindo Chinaglia (PT). Ao longo dos meses em que assumiu a presidência da Câmara conseguiu impor uma agenda de votações que contrariaram o governo.
Persona non grata no Palácio do Planalto, Eduardo Cunha virou alvo dos torpedos articulados pelo núcleo duro do governo Dilma Rousseff. Independentemente de entrar no mérito da questão se ele é culpado ou inocente no que diz respeito a ter recebido US$ 5 milhões, é no mínimo estranho um delator falar uma versão e depois modificar completamente. Em uma das duas versões apresentadas por Julio Camargo ele está mentindo e apenas por isso sua delação não deveria ser homologada.
Mas o que está em jogo, pelo menos pelo que foi dito pelo próprio Eduardo Cunha, é que há um movimento orquestrado pelo Planalto a fim de desestabilizá-lo. Afinal ele virou uma pedra no sapato da presidente Dilma Rousseff desde fevereiro. Ele não se fez de rogado e deu o troco. Não só abriu duas CPIs que atingem diretamente o governo federal, como deu prosseguimento aos onze pedidos de impeachment protocolados contra a presidente Dilma Rousseff.
Foi uma jogada de alto risco, que apesar de ter aparentado ser vitoriosa por parte do Planalto, em vez de acuar Eduardo Cunha, lhe deixou com sede de vingança e sangue nos olhos a fim de explodir o governo Dilma Rousseff. Num momento crítico como o que vive Dilma, essa tentativa pode ter sido um verdadeiro tiro no pé. Haja vista que o presidente da Câmara dos Deputados, um expert do regimento interno da Casa e profundo conhecedor dos meandros da política e do poder, já solicitou a acareação com Julio Camargo a fim de esclarecer os fatos. Como diz o ditado: cutucaram a onça com a vara curta.
Programas – Além da coluna política do Blog Edmar Lyra e do programa Painel do Lyra na TV Guararapes, estamos voltando a falar com frequência nos programas de rádio do estado. Esta semana começamos a fazer comentários nas rádios Nova Carpina FM de Carpina, Farol FM e Filadélfia FM da região do Agreste. Em breve teremos rádios de outras regiões para levar informações de bastidores em primeira mão.
Copergás – Após a saída de Aldo Guedes da presidência por conta de ser envolvido na Operação Lava Jato, a Copergás anunciou ontem novo presidente. Trata-se de Décio Padilha, que foi secretário da Fazenda e de Administração nos governos de Eduardo Campos.
Antonio Figueira – Ocupante de uma das pastas mais importantes do governo Paulo Câmara, o secretário da Casa Civil Antonio Figueira tem acompanhado o governador em quase todos os eventos públicos. Figueira é tido como pule de dez para ser um dos candidatos a senador na chapa de reeleição do governador em 2018.
Bruno Martiniano – Eleito em 2012 pelo PTB, o prefeito de Gravatá Bruno Martiniano apoiou nas eleições passadas o governador Paulo Câmara causando constrangimento dentro do partido de Armando Monteiro. Agora o seu caminho é o PMDB do vice-governador Raul Henry. Em breve assinará a ficha de filiação pra tentar uma complicada reeleição.
RÁPIDAS
Lula Sampaio – O ex-prefeito de Araripina Lula Sampaio é um poço de mágoas com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior Armando Monteiro. Isso porque Armando decidiu dar o comando do PTB no município ao ex-deputado Raimundo Pimentel, que deverá disputar a prefeitura no ano que vem.
Lucas Ramos – Com o aval do prefeito Julio Lóssio para disputar a prefeitura de Petrolina, o deputado Lucas Ramos pode trocar o PSB pelo PMDB. Lucas inclusive esteve na convenção do PMDB que elegeu Raul Henry presidente estadual no último sábado.
Inocente quer saber – Por quê a presidente Dilma Rousseff ainda não nomeou o ex-deputado João Paulo para o comando da SUDENE?