Cenário de estabilidade no Recife
Com mais uma pesquisa divulgada sobre a disputa para prefeito do Recife chegamos à conclusão de que a eleição atingiu um nível de estabilidade. Nem Geraldo Julio cresce como cresceu com o início do guia eleitoral, nem João Paulo cai nem Daniel Coelho tem crescido a ponto de ameaçar a segunda colocação do petista.
O cenário permite avaliar que o eleitor de Daniel Coelho mais especificamente, que hoje significa 16% dos votos válidos de acordo com o Ibope, será o fiel da balança para decidir o futuro da eleição. Se o eleitor mantiver seu voto no tucano poderá estar mandando um petista para o segundo turno, já se o eleitor não quiser que João Paulo chegue a segunda etapa, não há outro caminho senão migrar de Daniel pra Geraldo Julio.
Se as eleições fossem hoje, Geraldo teria 44% dos votos válidos, enquanto João Paulo e seus adversários possuem juntos 56%. O segundo turno é uma realidade cada vez mais plausível. O eleitor de Daniel, Priscila Krause e os demais, hoje representa 21% dos votos válidos. Ele aparenta não querer nem a volta do PT que passou doze anos na prefeitura, nem a continuidade de uma gestão que foi sócia do PT durante os doze anos e hoje representa uma faixa própria, mas inexoravelmente esse eleitor será obrigado a se posicionar na disputa.
Muita gente avalia que pelo fato de Geraldo Julio ter 50% das intenções de voto contra 35% de João Paulo nas simulações de segundo turno, a fatura já estaria liquidada na segunda etapa mas não é bem assim. Se hoje as condições são extremamente favoráveis a Geraldo, na segunda etapa João Paulo igualaria as oportunidades pois teria o mesmo tempo de televisão, a mesma quantidade de inserções e o principal: a ausência de candidatos proporcionais, que hoje em sua maioria estão com o PSB, mas esse exército após o fracasso nas urnas tende a culpar o prefeito pela situação e pode fazer corpo mole. Isso sem contar que no segundo turno qualquer erro pode ser fatal para uma candidatura, pois quando um candidato perde pontos inexoravelmente beneficia seu adversário. A eleição mais do que nunca está nas mãos de Daniel Coelho e do seu eleitor.
Marília Arraes – A vereadora Marília Arraes (PT) acredita piamente que conquistará o seu terceiro mandato no próximo domingo. Ela considera que cresceu muito no voto de opinião e poderá atingir os sete mil votos necessários para se reeleger na chapa liderada pelo PT. Em 2008 ela teve cerca de dez mil votos e em 2012 atingiu oito mil.
Aline Mariano – Sem espaço no PSDB, Aline Mariano fez uma troca pelo PMDB que muita gente questionou. Ela já tinha se consolidado na secretaria de Combate ao Crack e agora suas chances de reeleição são as melhores possíveis. Muita gente aposta que ela beirará os nove mil votos no próximo domingo.
Dificil – Após mais uma pesquisa divulgada sobre Jaboatão dos Guararapes o poder de reação de Heraldo Selva (PSB) na eleição está cada vez mais complicado. Se quiser chegar ao segundo turno precisará dobrar suas intenções de voto nas pesquisas do próximo domingo, o que não será tarefa fácil, porém não é impossível.
PSDC – O vereador Aerto Luna (PRP) acredita que o PSDC poderá eleger dois vereadores uma vez que a chapa tem 43 mil votos testados. Além de Marcos Di Bria, que tenta a reeleição, o partido poderá eleger a pastora Flávia Santos da Igreja do Evangelho Quadrangular, que em 2012 obteve mais de três mil votos.
RÁPIDAS
Olinda – Na disputa para prefeito de Olinda os adversários do Professor Lupércio (SD) não sabem mais o que fazer para tirá-lo do segundo turno. A ordem agora é atacar sua prestação de contas de campanha a fim de desgastá-lo perante a opinião pública.
Caso perdido – O comando de campanha de Carlos Santana (PSDB) já considera a sua reeleição no próximo domingo como caso perdido. A candidatura de Romero Sales (PTB) ganhou muita força em Ipojuca após a desistência de Gaúcho (PRB).
Inocente quer saber – Quem será o próximo petista preso pela Operação Lava-Jato?
William Pontes diz
A novidade é a prisão de um tucano ou de outro partido apesar das evidências. Prova inconteste da parcialidade da farsa tarefa. Uma vergonha nossas instituições.