Planalto começa a virar o jogo e impechment sobe no telhado
Desde que decidiu realizar uma reforma ministerial, o Palácio do Planalto não conseguiu ter sossego, porque em vez das dez pastas a serem extintas só foi possível reduzir oito para não melindrar aliados, sobretudo o guloso PMDB, que com a reforma passou de seis para sete pastas na Esplanada dos Ministérios. Depois veio o episódio do julgamento do TCU que parecia ter colocado a pá de cal no governo Dilma Rousseff.
Neste curto período, Dilma estava acuada e viu seu poderio diminuir a cada dia, com notícias e mais notícias negativas, com o ápice do episódio das pedaladas fiscais julgadas pelo TCU que culminaram na rejeição das contas de 2014 do governo. Naquele momento Dilma precisou realinhar a tropa e traçar estratégias pouco republicanas, mas necessárias para salvar o seu mandato.
De bate-pronto a troca de Aloizio Mercadante por Jacques Wagner para comandar a Casa Civil surgiu como um sopro de inteligência do Planalto e consequentemente a melhoria da relação com a sua base aliada no Congresso Nacional. Em menos de quinze dias no cargo, Wagner já fez muito mais coisas do que Mercadante, que era odiado por nove em cada dez parlamentares.
Viabilizando uma melhor interlocução com a sua base aliada, o Planalto começou a conversar com Eduardo Cunha, cada vez mais acuado pelas denúncias de corrupção, e o cenário que parecia sombrio até o início da semana, passou a ficar ensolarado e agradável para Dilma Rousseff e seus aliados. A pauta do impeachment, que parecia líquida e certa, começou a arrefecer porque a oposição em vez de seguir no encalço da presidente, preferiu contestar Eduardo Cunha pelas suas traquinagens na Suíça.
A relação com o presidente do Senado Renan Calheiros, que apesar da desconfiança peculiar, ficou cada vez melhor, e garantiu na Câmara Alta um ambiente infinitamente menos hostil que o que ainda existe na Câmara Federal. Esses resultados bem mais aprazíveis para o Planalto tem as digitais do ex-presidente Lula, que se mostrou mais uma vez um grande articulador político.
Dizem que a política é como as nuvens e pode mudar a qualquer momento, mas se fosse tirada uma fotografia do atual momento, o fotógrafo constataria com absoluta nitidez que o impeachment, neste momento, subiu no telhado.
Jaboatão – O presidente do PSB do Jaboatão dos Guararapes, Heraldo Selva, se reunirá com o deputado federal João Fernando Coutinho e com a executiva local do partido para organizar agendas 40 para a cidade. Serão 40 eventos do tipo em todo o município, a partir de novembro. O PSB quer ouvir o que o povo de Jaboatão quer em termos de políticas públicas para os próximos anos.
Garantia – Questionado pelo deputado federal Fernando Monteiro (PP) sobre as obras da refinaria Abreu e Lima, o presidente da Petrobras Aldemir Bendine garantiu que as obras serão concluídas. O custo da obra, que incialmente estava orçada em US$ 13,4 bilhões, deve chegar a cifra de US$ 20 bilhões.
Faculdades – Por iniciativa do deputado estadual Rodrigo Novaes (PSD), a Assembleia Legislativa de Pernambuco instaurou ontem uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as Instituições de Ensino Superior que estão funcionando no estado sem o reconhecimento do MEC. Rodrigo foi nomeado presidente, Miguel Coelho vice-presidente e Teresa Leitão ficou com a relatoria.
Delator – Em depoimento à Polícia Federal o lobista Fernando Baiano afirmou ter repassado para o empresário José Carlos Bumlai, amigo de Lula, a quantia de R$ 2 milhões. O valor teria sido para uma nora do ex-presidente Lula pagar uma dívida de um imóvel. A assessoria do ex-presidente refutou a informação.
RÁPIDAS
Depoimento – O ex-presidente Lula prestou depoimento ontem ao Ministério Público Federal sobre um suposto tráfico de influência praticado por ele em defesa de empreiteiras brasileiras no mercado internacional. O depoimento de Lula foi realizado espontaneamente.
Cabo – A vice-prefeita do Cabo Edna Gomes (PSD) ingressou com um processo na Justiça solicitando a prisão do prefeito Vado da Farmácia (PTB) por ele ter supostamente descumprido uma decisão judicial obrigando-o a renomear os assessores do gabinete da vice-prefeita.
Inocente quer saber – Quando a oposição brasleira vai aprender a ser competente?