Armando Monteiro: o ministro ausente
Pernambuco sempre teve a honra de oferecer seus quadros para auxiliar presidentes da República, os últimos foram Eduardo Campos (Ciência e Tecnologia), Humberto Costa (Saúde), José Múcio Monteiro (Relações Institucionais), Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional) e atualmente Armando Monteiro que ocupa o ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
Todos os antecessores de Armando na Esplanada dos Ministérios tiveram atuação destacada e apareciam na mídia com suas ações. É bem verdade que Humberto Costa teve seu nome envolvido num escândalo mas já foi depois de deixar a pasta para disputar o governo de Pernambuco em 2006. Mas além disso, eles não deixavam a interlocução com as bases de lado. Sempre encontravam um espaço, por mínimo que fosse, na agenda para ternurar aliados e trocar informações sobre o cenário político local.
No caso de Armando Monteiro, as queixas de aliados são constantes porque o ministro tem se dedicado às ações do ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, sobretudo realizando inúmeras viagens ao exterior, e tem deixado as articulações do PTB visando as eleições municipais de 2016 de lado.
Apesar de enfrentar uma crise sem precedentes no governo federal, o ministério de Armando não possui responsabilidade pelo atual cenário político nacional. Realizar agendas no Nordeste e sobretudo em Pernambuco é fundamental para que o ministro possa manter a tropa unida visando 2016 e principalmente 2018, quando Armando poderá disputar novamente o governo, tentar a reeleição para o Senado ou tentar voltar para a Câmara dos Deputados.
Durante o processo eleitoral do ano passado Armando criticava o adversário Paulo Câmara por não ter experiência política para ser governador de Pernambuco. Mas parece que desde que perdeu a disputa, o ministro ou desaprendeu ou deixou de fazer política. E as queixas dos aliados só fazem aumentar nos quatro cantos de Pernambuco.
Camaragibe – O PT do B no município, que é comandado por Aníbal Emerenciano, assessor do deputado federal Fernano Monteiro (PP), deverá trilhar um caminho de independência nas eleições do ano quem vem. O ex-vereador Luiz de França poderá ser o candidato do partido a prefeito de contra ao atual prefeito Jorge Alexandre (PSDB), que buscará a reeleição.
Fred Gadelha – Fazendo uma das gestões mais mal-avaliadas de Pernambuco, o prefeito de Goiana Fred Gadelha (PTB) deverá ter dificuldades para conquistar a reeleição no ano que vem. Fred não soube capitalizar para a sua gestão o ganho que o município alcançou com a atração do pólo automotivo.
Ânimo – O líder do governo na Alepe deputado Waldemar Borges (PSB) ganhou mais um estímulo para disputar a prefeitura de Gravatá nas eleições do ano que vem com a recomendação do TCE de intervenção no município pelos desmandos da gestão do atual prefeito Bruno Martiniano. Os suplentes da Frente Popular soltam fogos com a candidatura de Waldemar em Gravatá.
André Campos – Profundo conhecedor dos bastidores da política, o secretário-executivo de articulação parlamentar André Campos recebe inúmeros elogios de prefeitos e deputados por sua atuação no cargo. Não existe um pleito sequer que chega nas mãos de André que não tenha algum encaminhamento. André é herdeiro político da escola do ex-senador Wilson Campos e do ex-governador Carlos Wilson.
RÁPIDAS
Contenção – O prefeito de Jaboatão dos Guararapes Elias Gomes (PSDB) baixou um decreto ontem reduzindo uma série de gastos que oneram o custeio da máquina pública. A medida visa economizar R$ 17,5 milhões mas preserva o funcionamento integral de áreas como saúde, educação, limpeza urbana e assistência social.
Oposição – A executiva nacional do PSB irá se reunir na próxima quarta-feira em Brasilia para oficializar a sua ida para a oposição. Hoje os filiados do partido são divididos entre opositores, governistas e neutros. A ideia é fechar questão e demarcar território na oposição a Dilma Rousseff.
Inocente quer saber – Quem substituirá Luciano Siqueira na chapa de reeleição do prefeito Geraldo Julio?