Falta um projeto da oposição para o Recife
Em 2020 estará completando vinte anos de uma hegemonia da Frente Popular na capital pernambucana. Foram doze anos do PT com João Paulo e João da Costa e oito anos do PSB com Geraldo Julio. O último prefeito eleito pelas forças políticas que estão na oposição no Recife foi Roberto Magalhães em 1996.
Exceto em 2000 quando João Paulo derrotou Roberto Magalhães na condição de azarão, os prefeitos vitoriosos em 2004, 2008, 2012 e 2016 tinham em comum, além de serem de esquerda, o fato de apresentarem projetos consistentes para a cidade, não só do ponto de vista político como principalmente administrativo.
Faltando menos de onze meses para as eleições municipais de 2020, a oposição peca por não ter um projeto para a cidade. Ela quer fazer o combate à gestão de Geraldo Julio sem apresentar alternativas que convençam o eleitor a fazer uma escolha por um projeto que traga resultados para a cidade. Além do mais, seus prováveis candidatos se preocupam exclusivamente em desqualificar os próprios colegas da oposição no intuito de ser o nome de consenso, quando a construção deveria ser de forma mais transparente até para garantir uma unidade de fato do grupo oposicionista.
É latente que existe uma fadiga de material do PSB no estado e na capital, até porque o partido representa um projeto de poder que está caminhando para duas décadas de hegemonia, porém para o eleitor trocar o conhecido pelo desconhecido é fundamental que os projetos e as propostas encantem a sociedade, do contrário, o eleitor não vai trocar o certo pelo duvidoso, uma vez que o PSB ele já conhece os erros e os acertos, enquanto a oposição não tem clareza nem em seus nomes e muito menos em seu projeto para a capital pernambucana.
RAPS – A Rede de Ação Política Pela Sustentabilidade selecionou alguns quadros pernambucanos. Dentre eles os prefeitos Edilson Tavares e Miguel Coelho, os deputados Alessandra Vieira, Raul Henry e Romero Albuquerque e a presidente estadual da Juventude Democratas Tatielly Salustiano.
Segunda Instância – O Instituto Paraná Pesquisas realizou um levantamento nacional sobre a prisão em segunda instância. Para 61,4% dos entrevistados, com o fim da prisão em segunda instância a corrupção irá aumentar, 27,2% ficará como está e 7,2% irá diminuir. Foram ouvidos 2.640 habitantes.
Sem autocrítica – Durante evento do PT na Bahia, o ex-presidente Lula afirmou que o seu partido não tem que fazer autocrítica. Pela ótica de Lula, fatos como o mensalão e o petrolão foram episódios irrelevantes no Brasil.
Frouxidão – A avaliação do meio político, tanto da base governista quanto entre opositores, é de que Raul Henry não tem coragem para disputar a prefeitura do Recife em 2020. De acordo com um observador político, Raul tem um dos maiores defeitos que quem está na política não pode ter: a frouxidão.
RÁPIDAS
Clovis Paiva – O deputado estadual Clovis Paiva vem ampliando suas bases em diversas regiões do estado, porém é na Mata Sul que ele deverá se consolidar como uma das principais lideranças da região. Ele pretende lançar candidatos em Gameleira, Ribeirão e Palmares.
Famílias – Pelo menos três famílias tradicionais chegaram ao governo de Pernambuco com mais de um governante. Os Magalhães com Agamenon Magalhães e Roberto Magalhães, os Arraes com Miguel Arraes e Eduardo Campos e os Cavalcanti com Joaquim Francisco e Moura Cavalcanti. Essa observação foi feita pelo ex-governador Roberto Magalhães durante visita à Alepe.
Inocente quer saber – Raul Henry não terá mesmo coragem de romper com o PSB para disputar a prefeitura do Recife?
William Pontes diz
Não é a prisão que acabará com a corrupção, e sim uma reforma do homem. Porém, ele insiste em não fazer e prefere ser corrupto com a prática diária. Até no coração de um FT a corrupção habitava, e a vazajato mostrou.