Manifestações de ontem foram menores mas continuam preocupantes
As manifestações de ontem contra a presidente Dilma Rousseff foram o terceiro ato público de 2015, sendo menores que as do dia 15 de março e maiores que as de 12 de abril. Na primeira manifestação cerca de 3 milhões de brasileiros foram às ruas contra Dilma, na segunda 1,5 milhão e ontem 2 milhões de pessoas.
O Palácio do Planalto estava temeroso com a possibilidade dos números chegarem próximos dos cinco milhões de manifestantes nas ruas. Como isso não ocorreu, Dilma e sua equipe respiraram aliviados. Mas o alívio não pode ser considerado como menosprezo ao que foi colocado nas ruas. Cada vez mais os movimentos estão centrando fogo na figura da presidente, no partido dela e no ex-presidente Lula.
Como se não bastassem os dois milhões de pessoas nas ruas, a CUT teve a infeliz ideia de realizar um ato de desagravo a Dilma e a Lula em São Paulo em frente ao Instituto Lula. Cerca de 500 gatos pingados foram “defender” Lula e Dilma financiados pela CUT tomando cerveja e comendo espetinho. As comparações seriam inevitáveis. Apenas em São Paulo foram, tranquilamente cerca de 500 mil pessoas para a Av. Paulista protestar contra Dilma. Nas manifestações de oposição inúmeras bandeiras do Brasil e um mar de gente vestindo verde e amarelo, entoando o hino nacional.
Enquanto no ato da CUT não se viu uma bandeira do Brasil, mas as cores do PT imperaram. Evidenciando assim que os defensores de Dilma Rousseff estão mais preocupados com o futuro do PT, e consequentemente, da manutenção das suas boquinhas, do que com o futuro do país.
As manifestações de ontem deixaram mais um recado. Dilma continua incapaz de governar. Se ela vai conseguir mudar esse panorama, só o tempo vai dizer. A tentativa de conciliação com Renan Calheiros pode ser uma saída definitiva da crise como também uma “melhora da morte” para o governo. Os julgamentos das pedaladas fiscais pelo TCU e das contas de campanha de Dilma pelo TSE virão próximos dias. E eles ditarão os rumos do país.
Não esqueçamos também dos desdobramentos da Operação Lava-Jato que podem colocar, como um boneco nas manifestações em Brasilia ilustrou, Lula na cadeia. E se isso ocorrer acabou o jogo para o PT. É importante que Dilma, Lula e o PT passem a respeitar a voz das ruas, sob pena de serem comprimidos pela indignação popular, que só faz crescer.
Aeroporto – É de péssimo gosto a homenagem ao ex-governador Eduardo Campos que dá seu nome ao Aeroporto Internacional dos Guararapes. Primeiro porque o aeroporto já tem nome: Gilberto Freyre. Segundo que Eduardo foi morto num acidente aéreo, então aeroporto e avião não trazem boas recordações para os familiares do líder socialista.
50 mil – Os organizadores das manifestações contra o PT, Dilma Rousseff e Lula, estimaram a presença de 50 mil pessoas na orla de Boa Viagem. Pelas estimativas foi o maior protesto dos três que ocorreram na capital pernambucana.
Jarbas Vasconcelos – Presente nas manifestações contra o governo Dilma Rousseff, o deputado Jarbas Vasconcelos foi bastante assediado. Um colega de mandato do peemedebista afirmou ser complicadíssima a viabilidade da sua candidatura a prefeito do Recife, pois terá totais dificuldades de justificar a ruptura com o prefeito Geraldo Julio.
João Paulo – O superintendente da Sudene João Paulo, apesar de figurar bem nas pesquisas de intenção de voto para prefeito do Recife não estaria nem um pouco animado em entrar na disputa no ano que vem. João Paulo teme o desgaste do PT, que é gigante, e pode lhe levar a terceira derrota majoritária em quatro anos.
RÁPIDAS
Itambé – O prefeito Bruno Ribeiro (PSB) lamentou a ação de vândalos que depredaram a entrada do município que tinha um letreiro luminoso com o nome da cidade. Bruno vai mandar investigar os culpados pelo ocorrido e cobrará na justiça que os responsáveis sejam punidos.
Haroldo Duarte – O dentista Haroldo Duarte reuniu ontem em Olinda vários amigos na comemoração do seu aniversário. Além de figuras importantes da sociedade, o deputado federal Daniel Coelho (PSDB) esteve presente para prestigiar o aliado.
Inocente quer saber – Se todos esses problemas fossem num governo do PSDB o senador Humberto Costa estaria defendendo um entendimento em prol da governabilidade?